História: Audi 50, o pequeno compacto que abriu caminho para o Polo

Às vezes você simplesmente tem sorte e se encontra “no lugar certo na hora certa”. Acontece com carros também. O Audi 50 foi o primeiro carro pequeno de um fabricante alemão a ser lançado após a crise do preço do petróleo de 1973. Foi também a base para o quase idêntico Volkswagen Polo, que a empresa de Wolfsburg lançou sete meses depois.

Hoje, por ocasião do seu 50º aniversário, relembramos a sua história e também temos a oportunidade de contar como ele dirige na estrada, como colegas do Motor1.com Alemanha conseguiram dirigir um.

Apenas 4 anos

Vamos dar uma olhada no passado: em 1970, os engenheiros da Audi NSU Auto Union AG, fundada em 1969, trabalharam na conclusão descendente da gama (composta pelos Audi 60, 75, 90 e 100), liderados pelo Diretor Técnico Ludwig Kraus.

Na verdade, estamos na década de 70 e a crise do preço do petróleo fez crescer a procura pelos automóveis pequenos. Na Europa, além do clássico Mini 1959, modelos como Autobianchi A112 (1969), o Fiat 127 (1971) e o Renault 5 (1972) foram particularmente populares.

Ao mesmo tempo, em Wolfsburg, o trabalho estava em andamento no Golf como sucessor do Fusca e o time da montadora alemã começou a vislumbrar a possibilidade de fazer com que o Audi 50 poderia simplesmente ser renomeado como Polo. A propósito, o Golf e o 50 compartilhavam influências italianas de design, embora os projetos finais tenham sido produzidos na Alemanha: Giugiaro para o Golf e Bertone para o Audi. 

Os primeiros desenhos do Audi 50 datam, na verdade, de 1971, quando o centro de estilo Audi colaborou com Bertone , que encomendou o projeto a Marcello Gandini (assinatura de modelos como o Lamborghini Countach  ou o  Lancia Stratos ). Dentro do centro de estilo Audi, porém, a tarefa de projetar o futuro carro pequeno é dividida entre duas equipes de designers, ambas lideradas por Georg Bertram.

Os primeiros desenhos do Audi 50 datam, na verdade, de 1971, quando o centro de estilo Audi colaborou com Bertone, que encomendou o projeto a Marcello Gandini (que assinou modelos como o Lamborghini Countach ou o  Lancia Stratos). Dentro do centro de estilo Audi, porém, a tarefa de projetar o futuro carro pequeno foi dividida entre duas equipes de designers, ambas lideradas por Georg Bertram.

Audi 50 (1977) relatório de condução

No início da década de 1970, os desenvolvedores sabiam exatamente o que estava acontecendo e, portanto, sempre tiveram o seguinte objetivo em mente: "Um carro contemporâneo também deve ser fiel ao tamanho", como pode ser lido no conceito do Audi 50. A chave para o sucesso foi o motor montado transversalmente. Com ele, a empresa sediada em Ingolstadt criou um carro que oferece um interior relativamente grande com um comprimento total de apenas 3,49 metros.

Construção leve e inteligente

O 50, que pesa apenas 685 kg, foi lançado em duas versões: o Audi 50 LS com 50 cv e o Audi 50 GL com 60 cv, ambos com motor de 1,1 litro. O 50 LS alcançava 142 km/h, enquanto o GL alcançava respeitáveis 152 km/h na época. Enquanto a versão de 50 cv funcionava com gasolina comum, a unidade de 10 cv mais potente exigia combustível premium.

Em 1977, essa versão foi substituída por um motor recém-desenvolvido de 1.300 centímetros cúbicos que funcionava com gasolina normal. Hartmut Warkuß, que também havia projetado o Audi 80, foi responsável pelo design do Audi 50.

Audi 50 (1977) relatório de condução

O “pequeno Audi” foi inicialmente projetado e desenvolvido em Neckarsulm, depois construído na fábrica da Volkswagen em Wolfsburg. Quando a produção do Volkswagen Polo começou em 1975, foram montados exatamente 43.002 unidades do Audi 50. 

Saiu de cena em 1978, justamente para dar lugar ao Polo, com 180.828 exemplares produzidos. Para ver outro Audi “pequeno” teríamos que esperar até 1999, quando nasceu o A2.

Impressões ao dirigir do Motor1.com

Encontrar um Audi 50 é tão cansativo quanto encontrar peças de reposição. Os nossos colegas da Motor1.com Alemanha, no entanto, tiveram sucesso com a ajuda da área de clássicos da Audi.

Vamos dar uma olhada mais de perto no aniversariante amarelo do teste: o Audi 50 tem 3,52 metros de comprimento, apenas 1,56 metros de largura e 1,34 metros de altura. No entanto, a distância entre eixos de 2,33 metros e o motor montado transversalmente proporcionam uma quantidade relativamente boa de espaço, mesmo para pessoas altas. As janelas grandes e os pilares estreitos do teto também ajudam. Definitivamente, você não precisará de um auxílio de estacionamento aqui.

Audi 50 (1977) relatório de condução

O que mais se destaca? A moldura de acabamento na lateral que se eleva corajosamente em direção à traseira. A ventilação forçada circular, que poderia ser confundida com a tampa do tanque de combustível (que fica mais abaixo). Ou as lanternas traseiras, que lembram delicadamente o EA 266 (um modelo sucessor do Beetle com motor central que foi cancelado pouco antes da produção). Espaço no porta-malas? De 285 a 900 litros.

Ao sentir no cockpit, não há muito o que descobrir. Alguns botões, bancos bastante macios devido à idade e plásticos não mais muito sólidos, uma alavanca na coluna de direção para as luzes de advertência de perigo. Mas, pelo menos, há um conta-giros, que não era padrão em nossa versão LS.

Ágil na estrada

O motor a gasolina de 1,1 litro com eixo de comando de válvulas no cabeçote comunica claramente, por meio de som, quando é hora de engatar a caixa de quatro marchas. Um folheto britânico de agosto de 1977 dizia: "O prazer de dirigir esse carro compacto vem de sua aceleração extraordinariamente viva". Em termos práticos: o carro se mantém bem no acelerador e parece mais rápido do que é. Também porque ele não pesa quase nada, com 685 kg. Tudo bem, tendo em vista as portas finas, é melhor que um acidente seja evitado.

Audi 50 (1977) relatório de condução

Com 50 cv, posso atravessar o campo com uma elasticidade agradável, tudo parece muito autoritário. "Pode ser dirigido com confiança", escreve o folheto. E isso apesar dos pneus 145 SR 13. Não é à toa que o Audi 50 também era ativo no automobilismo. De qualquer forma, esse carro está em melhor forma aos 47 anos do que eu estava aos 46... Se não fosse pelo cromado, seria difícil acreditar que o Audi já é tão velho.

Vida curta com continuação na VW

E, no entanto, o Audi 50 só pôde viver por quatro anos. O motivo foi o VW Polo, que tinha exatamente a mesma aparência e entrou em produção em março de 1975. Ele era significativamente menos equipado, mas, portanto, também mais barato que o Audi, que, na época, estava mais ou menos no mesmo nível de preço do Golf.

Em retrospecto, o consultor automotivo alemão Werner Oswald vê o Grupo VW como culpado: não houve atualizações de modelos, e o Audi 50 também foi sistematicamente banido pelos revendedores em favor do Polo. A produção do Audi 50, da qual foi produzido um total de 180.828 unidades, terminou no verão de 1978. A partir de então, a Audi se concentrou cada vez mais em carros de médio porte e segmentos acima.

A empresa havia desenvolvido anteriormente o VW Derby com notchback, que apareceu em 1977. Embora o Audi 50 tenha ficado no mercado por apenas alguns anos, ele estabeleceu o segmento de carros pequenos dentro do Grupo Volkswagen: milhões de VW Polo foram fabricados em suas várias gerações.