Herpes genital infecta uma pessoa por segundo no mundo, diz OMS

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A OMS (Organização Mundial da Saúde) informou na terça-feira (10) que cerca de 42 milhões de pessoas são infectadas por herpes genital a cada ano, o equivalente a uma nova infecção por segundo em todo o mundo.

Globalmente, cerca de 846 milhões de pessoas entre 15 e 49 anos vivem com infecções por herpes genital –uma em cada cinco nessa faixa etária está infectada. As informações são de um estudo da OMS publicado na revista Sexually Transmitted Infections.

Essas infecções causam poucos ou nenhum sintoma. No entanto, em alguns casos, levam a feridas e bolhas genitais dolorosas que podem recorrer ao longo da vida, causando desconforto significativo e frequentemente exigindo múltiplas visitas ao sistema de saúde. Em 2020, mais de 200 milhões de pessoas entre 15 e 49 anos sofreram pelo menos um episódio sintomático.

Segundo os autores do estudo, novos tratamentos e vacinas são necessários para reduzir os efeitos adversos à saúde causados pelo vírus e controlar sua disseminação.

"Embora a maioria das pessoas com infecção por herpes genital experimente poucos sintomas, com tantas infecções, o herpes genital ainda causa dor e sofrimento para milhões globalmente e sobrecarrega sistemas de saúde já saturados", afirma Meg Doherty, diretora dos programas globais de HIV, Hepatite e Infecções Sexualmente Transmissíveis da OMS.

Não há cura para o herpes, embora os tratamentos possam aliviar os sintomas. Além das feridas, a infecção pode causar complicações graves, como herpes neonatal –uma condição rara que ocorre quando a mãe adquire a infecção pela primeira vez no fim da gravidez e transmite o vírus ao bebê durante o parto.

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Existem dois tipos do vírus herpes simplex (HSV), conhecidos como HSV-1 e HSV-2, ambos podendo levar ao herpes genital. Em 2020, estimou-se que 520 milhões de pessoas tinham HSV-2 genital, transmitido principalmente durante a atividade sexual. Esse tipo é o mais associado a surtos recorrentes e representa cerca de 90% dos episódios sintomáticos, além de aumentar em três vezes o risco de contrair HIV.

O HSV-1, por outro lado, é disseminado principalmente na infância por meio de contato com saliva ou pele, causando herpes oral. Contudo, em pessoas sem infecção prévia, o HSV-1 pode ser adquirido por contato sexual, levando à infecção genital. Em 2020, 376 milhões de pessoas tiveram infecções genitais por HSV-1, das quais 50 milhões também tinham HSV-2.

As infecções genitais por HSV-1 estão em alta, enquanto as taxas de HSV-2 genital permanecem estáveis desde 2016. Nos últimos anos, vários países observaram aumento nas infecções genitais por HSV-1 em adultos, enquanto as infecções orais na infância diminuem. Fatores como melhor higiene e condições de vida menos lotadas podem estar aumentando a suscetibilidade ao vírus em idades mais avançadas.

"O estigma em torno do herpes genital significa que ele tem sido discutido muito pouco, apesar de afetar milhões de pessoas globalmente. Não foi feito o suficiente para abordar essa infecção comum", diz Sami Gottlieb, coautor do relatório e médico do Departamento de Saúde Sexual e Reprodutiva e Pesquisa da OMS. "Investir em novas vacinas e terapias para herpes pode melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas em todo o mundo."

O uso correto e consistente de preservativos reduz os riscos de transmissão do herpes, embora não seja totalmente eficaz. A OMS recomenda que pessoas com sintomas de herpes genital realizem testes de HIV e, se necessário, utilizem profilaxia pré-exposição para prevenção do HIV.

Alinhada à Estratégia do Setor de Saúde Global sobre HIV, hepatite viral e infecções sexualmente transmissíveis (2022-2030), a OMS trabalha para ampliar a conscientização sobre o herpes genital, melhorar o acesso a medicamentos antivirais e promover a prevenção do HIV. Também há esforços para avançar na pesquisa de novas ferramentas, como vacinas e microbicidas tópicos.

No início deste ano, um novo estudo revelou que as infecções por herpes genital causam impactos significativos à saúde e também elevados custos econômicos, estimados em US$ 35 bilhões anuais, devido a despesas com saúde e perda de produtividade.

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