O ministro Fernando Haddad (Fazenda) afirmou nesta segunda-feira (17) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu para não haver alterações nos descontos dados hoje no IR (Imposto de Renda), como a isenção para pessoas com doenças graves.
Segundo o chefe da equipe econômica, a Fazenda prevê uma renúncia de R$ 27 bilhões com a ampliação da faixa de isenção do IR para quem ganha até R$ 5.000. Como mostrou a Folha, a pasta refez os cálculos e reduziu as estimativas de impacto –a previsão inicial era uma perda de arrecadação de R$ 35 bilhões.
"Foi um recálculo porque esse ano vai ter uma pequena correção depois do Orçamento por conta do aumento do salário mínimo", disse.
O valor de renúncia precisará ser compensado com a criação de um imposto mínimo de até 10% sobre quem tem renda acima de R$ 50 mil por mês (R$ 600 mil por ano), incluindo lucros e dividendos.
Segundo Haddad, Lula também pediu a inclusão do CNPJ na proposta de compensação. Isso significa que também será considerada a cifra já paga ao Fisco via empresa.
O titular da Fazenda se reuniu com o presidente Lula na manhã desta segunda no Palácio do Planalto. Também estiveram presentes no encontro o secretário-executivo da pasta, Dario Durigan, e o secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas.
De acordo com Haddad, haverá nesta terça (18) uma reunião com os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre. "Não posso antecipar o que vai ser anunciado pelo presidente depois da conversa com os presidentes das Casas", disse. Há expectativa de anúncio após o encontro.