A decisão reforça a proibição que já estava em vigor desde janeiro deste ano, quando a ANPD suspendeu o pagamento de usuários em criptomoedas. Em fevereiro, um recurso da startup para adiar o fim da remuneração foi negado, levando a empresa a interromper temporariamente as verificações de identidade. Mesmo sem oferecer pagamento, os postos físicos do World ID continuam operando para fornecer informações ao público.
A Tools for Humanity alega que seu sistema não armazena os dados biométricos dos usuários e que a identidade digital gerada é anônima. A startup afirma ainda que a coleta da íris tem o objetivo de garantir a prova de humanidade na internet, diferenciando pessoas reais de "bots". Apesar disso, a ANPD entende que a compensação financeira pode comprometer a liberdade de consentimento dos usuários.
Em nota ao Estadão, a Tools For Humanity afirma que "a World discorda respeitosamente da mais recente decisão da ANPD e adotará ações para poder oferecer ao Brasil a tecnologia capaz de combater golpes na internet e fraudes digitais".
Reação no exterior
A polêmica em torno da coleta de íris no Brasil reflete um debate global sobre privacidade e proteção de dados. Em outros países, como Alemanha e França, o modelo de operação do World ID também foi questionado por reguladores.
O projeto World ID faz parte de um ecossistema maior, criado para integrar identidade digital e criptomoedas. A tecnologia foi desenvolvida pela Tools for Humanity, startup cofundada por Sam Altman, CEO da OpenAI e um dos criadores do ChatGPT. Além do World ID, a empresa opera a criptomoeda Worldcoin e o blockchain World Chain, que registra transações dentro da plataforma.