Governo alinha comunicação econômica para reduzir solavancos

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Desta vez, Haddad teve o apoio público ao final da reunião do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, que em declaração à imprensa lembrou que a Casa Civil também faz parte da Junta Orçamentária, e portanto, atua na decisão de contingenciar, além de ter reforçado o discurso do presidente Lula em defesa da responsabilidade fiscal do governo.

Essa comunicação coordenada ajuda a percepção do mercado de que o ministro Fernando Haddad não está isolado na tarefa de manter as contas do governo no azul. Nesta semana, em evento para o mercado (Warren), Haddad manteve o tom de otimista e disse que o governo está no bom caminho para controlar as contas públicas.

O fator Galípolo

A comunicação alinhada entre Lula e os ministros Haddad e Rui Costa na reunião de quinta-feira (8) aconteceu no mesmo dia em que o favorito para assumir o comando do Banco Central e ex-número dois da Fazenda, Gabriel Galípolo, começou a falar em eventos sobre a possibilidade de o Banco Central voltar a subir os juros.

A fala de Galípolo foi bem recebida pelo mercado por sinalizar que ele agirá em eventual comando do BC independente do desejo do presidente Lula pelos cortes dos juros. Também levou ao mercado a percepção que Lula deu carta-branca para uma eventual elevação da Selic, o que contribuiu para: queda do dólar, redução dos prêmios de risco na curva de juros, e alívio para a bolsa brasileira.

Comunicação ajuda, mas não basta, ainda há grandes desafios

Ainda não sabemos quanto esse alinhamento de comunicação irá durar e qual será o efeito no médio prazo, até porque a árdua tarefa do ministro da Fazenda de manter as contas no azul ainda não terminou. O contingenciamento de R$ 15 bilhões anunciado em julho (o que, aliás, ajudou a melhorar o humor do mercado) que já não foi bem recebido pelos demais ministérios, pode ser ampliado.

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