Além disso, transformou em marca a Polestar, que era uma divisão da Volvo. A Zeekr também pertence ao agora conglomerado automotivo. Por isso, a Geely passa a ter três marcas no Brasil. Mas elas têm operações totalmente independentes no mercado nacional, a exemplo do que ocorre com VW, Audi e Porsche, todas integrantes do Grupo Volkswagen.
Destaques do EX5
O EX5 é um SUV de porte médio-grande. Com 4,62 metros de comprimento, ele é 22 cm maior que o Compass e tem 16 cm a mais que o Corolla Cross. Traz 6 cm a menos que o Haval H6 e é 6 cm mais curto que o Song Plus. Porém, não concorre diretamente com esses produtos das outras montadoras chinesas.

É que, enquanto o GWM e o BYD são híbridos, o EX5 é elétrico. Por ora, o rival mais provável é o Yuan Plus (leia detalhes abaixo). No produto da Geely, uma das coisas que mais chamam a atenção é o acabamento interno. Macio, emborrachado e bem-feito, é digno de um automóvel de luxo.
Os bancos são revestidos de couro e têm ajuste elétrico. A tela da central multimídia é de 15,2", e o painel de instrumentos é digital. São esperadas coisas praticamente obrigatórias em produtos chineses, como um sofisticado sistema de câmeras 360 com função 3D e sistemas ADAS (de auxílio à condução) avançados.
O porta-malas tem abertura elétrica e o teto solar é panorâmico. O espaço traseiro também se destaca. O modelo tem 2,75 metros de entre-eixos, 1,90 metro de largura e assoalho plano. Três pessoas devem ficar bem acomodadas nessa parte do EX5.
O SUV virá em versão com bateria de 60 kWh. A potência não foi revelada pela montadora, mas a versão à venda no mercado chinês tem 218 cv. A autonomia é estimada em 530 km.
Estratégia
O Yuan Plus tem 4,45 metros de comprimento. Ou seja: 17 cm a menos que o EX5. Ainda assim, é semelhante ao Geely em entre-eixos e largura. O BYD tem 2,72 m e 1,87 m, respectivamente. Além disso, oferece 204 cv de potência.

Assim, o Yuan Plus é o mais próximo ao EX5 entre os modelos disponíveis atualmente no Brasil. O BYD custa cerca de R$ 235 mil e, para fazer frente, o Geely precisaria ter preço na mesma faixa - ou, quem sabe, até inferior, apesar de ser maior.
Mas a verdade é que o EX5 deverá vir como um carro de imagem, para mostrar as coisas que a Geely é capaz de oferecer. Isso porque trata-se de um segmento que não tem volume muito relevante no mercado brasileiro. Em março, por exemplo, o Yuan Plus registrou cerca de 200 emplacamentos apenas.
Para volumes superiores, a Geely terá de trazer modelos elétricos mais em conta, posicionados na mesma faixa de BYD Dolphin e GWM Ora 03. O mais importante passo em busca de relevância no mercado, no entanto, será a chegada de produtos híbridos plug-in. Esses são os carros-chefes das demais marcas chinesas.
Parceria estratégica
Para a Geely, entrar no Brasil em parceria com a Renault significa aproveitar a experiência da francesa em várias áreas - principalmente na construção da rede de concessionárias. Além disso, as marcas negociam para que modelos da chinesa possam ser produzidos na planta de São José dos Pinhais (PR). Essa parte do acordo, no entanto, ainda não está definida.
Para a Renault, representa ter à disposição a experiência e até tecnologias da chinesa na busca por veículos mais eficientes no mercado nacional. Afinal, a Geely e todas as principais montadoras do país asiático se tornaram referência em eletrificação.
Vale lembrar que a Renault se prepara para lançar seu primeiro híbrido flex. A tecnologia vai estrear no inédito SUV médio da marca. O produto está previsto para chegar às concessionárias ainda em 2025.
Opinião
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