Galípolo diz que economia demanda cautela e BC depende de dados para próximo Copom

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BRASÍLIA (Reuters) – O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta segunda-feira que a autoridade monetária está em posição conservadora e de cautela diante de indicações de que a atividade econômica no Brasil está resiliente e mostrando bastante dinamismo, com “todas as alternativas na mesa” para a reunião de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Em evento do Tribunal de Contas do Estado do Piauí, em Teresina, Galípolo disse que o crescimento da demanda por bens e serviços não pode acontecer de maneira desordenada e com falta de sincronia em relação à oferta, o que afetaria a inflação.

“A função do Banco Central é ser mais cauteloso em função desses dados que podem estar sinalizando uma economia que me parece estar em um estágio distinto da economia norte-americana, que passou a dar sinais de moderação, enquanto aqui a gente vem assistindo um cenário de resiliência maior da atividade”, disse.

“Por isso que o Banco Central assumiu uma posição mais conservadora, interrompeu o ciclo de corte e ficou dependente de dados.”

Economistas têm revisado para cima as expectativas para a atividade econômica, com o boletim Focus do BC desta segunda-feira apontando para uma alta de 2,43% no PIB de 2024, ante previsão de 2,23% na semana passada. A alta na estimativa veio após o indicador de atividade do BC (IBC-Br) para junho ter indicado crescimento de 1,4% sobre maio, bem acima do esperado por economistas.

O mercado de trabalho também tem sistematicamente apresentado números positivos. Nesta segunda, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse que dados sobre o emprego formal no país a serem divulgados nesta semana serão fortes.

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Na apresentação, Galípolo ainda afirmou que as expectativas para a inflação no país seguem em processo de desancoragem mesmo diante de projeções de mercado apontando para taxas de juros mais restritivas à frente.

Em sua última reunião, o Copom manteve a taxa básica de juros em 10,50% ao ano e incluiu em seu cenário a possibilidade de elevar a Selic se necessário para levar a inflação à meta de 3%.

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