Fernanda Torres venceu o Globo de Ouro de melhor atriz em filme de drama, neste domingo (5), por seu trabalho em "Ainda Estou Aqui", de Walter Salles. Ela é a primeira atriz brasileira a triunfar na premiação.
"Meu Deus, eu não preparei nada, porque eu já estava feliz. Este é um ano incrível para atuações femininas. Tantas atrizes aqui que eu admiro muito. Claro que eu quero agradecer ao Walter Salles, meu parceiro, meu amigo, por essa história", disse ela ao agradecer.
"E eu quero dedicar esse prêmio à minha mãe, que esteve aqui há 25 anos. Esta é a prova de que a arte pode superar momentos difíceis, como a Eunice Paiva, que eu interpreto, mostrou. É um filme que nos ajuda a mostrar como sobreviver em tempos difíceis."
Torres desbancou medalhões de Hollywood, como Nicole Kidman, por "Babygirl", Angelia Jolie, por "Maria Callas", Kate Winslet, por "Lee", e Tilda Swinton, por "O Quarto ao Lado". A disputa, especialmente difícil nesta edição, ainda tinha Pamela Anderson no páreo, por "The Last Showgirl".
Ela é a terceira atriz brasileira a ser indicada ao Globo de Ouro. A primeira foi Sonia Braga, lembrada pelo prêmio em três ocasiões, como atriz coadjuvante em "O Beijo da Mulher-Aranha", de 1986, "Luar sobre Parador", de 1989, e "Amazônia em Chamas", de 1995.
Depois veio Fernanda Montenegro, mãe de Torres e presente no elenco de "Ainda Estou Aqui". A veterana disputou o troféu de atriz em filme de drama por "Central do Brasil", também de Walter Salles, na cerimônia de 1999. Ela perdeu para Cate Blanchett, por "Elizabeth".
Com a vitória, Torres ganha força para garantir uma das cinco indicações de melhor atriz do Oscar. Ela também dá um empurrãozinho na campanha de "Ainda Estou Aqui" pelo prêmio de filme internacional.
O longa já figura na lista de pré-indicados da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, que anuncia os cinco finalistas, e também as atrizes indicadas, no próximo dia 17.
"Ainda Estou Aqui" narra a história de Eunice Paiva a partir do livro de seu filho, Marcelo Rubens Paiva, em que o autor relata o desaparecimento do pai durante a ditadura militar.
O filme se tornou um raro sucesso de público no Brasil, com mais de três milhões de espectadores até agora. A tendência é que, impulsionado pelos prêmios estrangeiros, ele continue vendendo ingressos nos cinemas do país.