Felicio Ramuth assume Governo de SP com licença de Tarcísio; saiba quem é o vice

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Vice-governador de São Paulo, Felicio Ramuth (PSD) assumiu nesta sexta-feira (27) o cargo de governador interino do estado. Ele ocupa o posto porque o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) pediu afastamento por 15 dias neste fim de ano.

Segundo comunicado sobre o tema enviado à Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) na quarta-feira (18), assuntos particulares motivaram o afastamento.

A Secretaria de Comunicação do Governo informou que Tarcísio fará uma viagem ao exterior, passará o recesso com a família e retorna ao cargo no dia 11 de janeiro. Segundo apurou a Folha, Tarcísio vai para os Estados Unidos e volta no dia 10, um dia antes de retomar o cargo.

No ano passado, Tarcísio também se ausentou para viajar ao exterior na mesma época. Na ocasião, Ramuth também assumiu como governador interino.

De perfil mais discreto, Ramuth foi prefeito de São José dos Campos (2017-2022) até renunciar para tentar o cargo no governo estadual.

Ele foi filiado pelo PSDB por 28 anos antes de ir para o PSD, sigla na qual disputou como vice na chapa de Tarcísio. O político é formado em administração e tem MBA em gestão pública pela FGV.

Ramuth tentaria, nas últimas eleições gerais, o cargo de governador, mas as negociações de seu partido o levaram a ir para a chapa como vice de Tarcísio, figura então patrocinada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Antes de integrar a chapa para o Governo de São Paulo, Ramuth chegou a criticar o atual aliado, dizendo que Tarcísio, que é carioca, começava mal a pré-campanha ao declarar um domicílio eleitoral em São Paulo "que não é verdadeiro", atitude à qual chamou de "mau exemplo".

Ele também já fez críticas a Bolsonaro, aliado de Tarcísio, mas disse preferir o ex-mandatário ao atual presidente Lula (PT).

Antes disso, no período de pré-campanha para as eleições do estado, afirmou que não se sentia atraído a apoiar nenhum dos políticos para a Presidência e que o ideal seria uma "terceira via".

Em ocasiões mais recentes, porém, demonstrou apoio a Bolsonaro, como quando compareceu em ato a favor do político na avenida Paulista em fevereiro deste ano.

Na ocasião, disse perceber haver um movimento do governo federal para minar lideranças da direita, na sua interpretação, e que acreditava ser importante que Bolsonaro tivesse a oportunidade de falar no evento.

Nas eleições 2024, Ramuth tirou férias para fazer campanha para candidatos em locais onde mantém influência. Em São José dos Campos, ele apoiou Anderson Farias (PSD), prefeito reeleito na cidade com discurso de apoio a práticas de costume identificadas como bolsonaristas.

O apoio de Ramuth a Anderson, que já foi seu vice-prefeito, movimentou a disputa entre o então candidato e o opositor Eduardo Cury (PL).

Embora todos já tenham sido aliados, o afastamento de Ramuth da prefeitura de São José para tentar o governo do estado foi levantado durante a campanha por Cury como sinal de "traição" que teria levado a cidade a "sair dos trilhos", na interpretação do adversário.

Ramuth nasceu na capital paulista, mas foi jovem para São José dos Campos, cidade na qual exerceu a carreira política antes de se tornar vice-governador.

Além de eleito prefeito duas vezes na cidade, nas eleições de 2016 e 2020, foi presidente da Urbam (Urbanizadora Municipal de São José dos Campos), secretário municipal de Transportes, secretário de projetos especiais de Comunicação, vice-presidente de Mobilidade Urbana da FNP (Frente Nacional de Prefeitos) e presidente da Agência Ambiental do Vale.

Ramuth foi anunciado no primeiro dia do governo de Tarcísio, em 2023, para coordenar as ações no âmbito estadual para a região da cracolândia, situação que classificou como "caótica" no início do governo.

Desde então, defendeu a instalação de grades na região e a internação compulsória em casos excepcionais. O tema tem sido um dos principais de sua alçada na atuação como vice-governador.

O nome de Ramuth aparece como possibilidade de vice na chapa de Tarcísio para o governo de São Paulo em 2026, vaga já em disputa segundo apurou o Painel. No cenário, poderiam disputar o cargo o atual secretário de Governo, Gilberto Kassab (PSD), o atual presidente da Assembleia, André do Prado (PL), e o próprio Ramuth, que seria uma solução de consenso.

Colaborou Victória Cócolo

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