De acordo com o policial federal e instrutor de defesa pessoal Fábio Henriques, simular um atropelamento é uma prática recorrente, especialmente nos Estados Unidos, onde o condutor tem uma responsabilidade maior.
"No Brasil, a probabilidade de o motorista ser coagido a pagar um valor imediato é menor, mas o golpe é adaptado para a nossa realidade, em vez da extorsão, entra o furto", explica Henriques. Ele alerta para a seleção de vítimas feita pelos golpistas: "Pessoas vulneráveis, como idosos ou mulheres jovens e inexperientes, são mais propensas a serem alvo desses golpes", diz.
O especialista recomenda que, ao notar um pedestre se aproximando rapidamente do veículo, o motorista adote uma postura defensiva. "Manter a atenção no trânsito e evitar a direção automática é fundamental", ressalta.
Para ele, a principal estratégia de defesa é ainda dentro do carro, antes do suposto acidente, sempre com os olhos atentos ao comportamento dos pedestres. "Se o motorista estiver em uma velocidade mais baixa, a probabilidade de alguém tentar simular o atropelamento aumenta. Por isso, atenção redobrada", afirma.
Henriques também orienta que, ao perceber a tentativa de fraude, o motorista não deve sair do carro. "O golpista geralmente tenta aproveitar o nervosismo do motorista para intimidá-lo e até roubar seus pertences", afirma.
A primeira ação indicada é pegar o celular e começar a gravar a cena, documentando tudo, incluindo a posição do carro, do suposto ferido e possíveis testemunhas. "Registrar tudo é essencial", recomenda.