A FAA (agência que regula aviação civil e lançamentos comerciais de foguetes nos EUA) disse nesta segunda-feira (30) que a SpaceX deve investigar por que o segundo estágio de seu foguete Falcon 9 falhou após o lançamento da missão Crew-9 no último sábado (28).
Após a SpaceX lançar dois astronautas para a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), o estágio falhou no momento de reacender corretamente o motor para sua "queima de reentrada", um procedimento de rotina que descarta o propulsor no oceano após completar seu voo.
A tripulação seguiu seu voo em segurança, acoplando à ISS neste domingo (29) conforme planejado. A FAA disse que não houve feridos ou danos materiais relacionados ao contratempo do propulsor.
A falha fez com que o propulsor caísse em uma região do oceano Pacífico fora da zona de segurança designada que a FAA aprovou para a missão.
A SpaceX disse que o propulsor "teve uma queima de reentrada não nominal" e que, "como resultado, o segundo estágio pousou com segurança no oceano, mas fora da área alvo".
"Retomaremos os lançamentos após entendermos melhor a causa raiz", escreveu a SpaceX em uma postagem no X.
O episódio de sábado foi o terceiro a desencadear uma paralisação determinada pela FAA nos últimos três meses. Antes disso, esse tipo de decisão raramente ocorria para o Falcon 9, o foguete principal da SpaceX, do qual grande parte do mundo ocidental depende para acessar o espaço.
Em julho, a agência suspendeu os lançamentos após um problema no segundo estágio de um foguete usado para enviar um lote de satélites Starlink, marcando a primeira falha de missão da SpaceX em mais de sete anos. Quinze dias depois, a empresa de Elon Musk retomou os voos do Falcon 9.
Em agosto, outra suspensão ocorreu em decorrência da falha de um primeiro estágio do Falcon 9 no retorno à Terra, mas que não afetou o sucesso da missão. A empresa voltou a voar três dias depois.
A SpaceX provavelmente buscará a aprovação da FAA para retomar os voos, enquanto sua investigação continua sob supervisão da FAA. A agência regula lançamentos e reentradas de foguetes uma vez que podem afetar a segurança pública.
A empresa de Musk lançou em média de 2 a 3 foguetes por semana desde o início de 2024, superando em muito seus concorrentes na indústria de lançamentos.
A suspensão se dá em um momento delicado para a SpaceX e a FAA, que têm mantido um conflito sobre o ritmo das regulamentações de licenciamento de lançamento. Além disso, a agência multou a SpaceX por supostamente violar suas licenças de lançamento Falcon em 2023.
A medida relacionada ao Falcon 9 não afeta diretamente o Starship, veículo com o qual a SpaceX pretende chegar à Lua e a Marte e que foi testado quatro vezes desde 2023.
Ainda sobre o Starthip, a SpaceX reclamou publicamente que a FAA tem sido lenta em aprovar a licença para o quinto teste, mais ambiciosos do que o voo anterior.