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A exclusão de uma modificação para o game "Marvel Rivals" que colocava o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, como Capitão América transformou a Nexus Mods, popular plataforma de alterações para jogos, em alvo de patrulhas anti-woke e de apoiadores do republicano.
Acusada de praticar censura, a plataforma afirmou em postagem no X que o mod infringiu suas políticas de uso, que desde 2020 proíbem modificações relacionadas à política americana. Lembrou também que alterações semelhantes com Joe Biden e Barack Obama foram retiradas do site pelo mesmo motivo.
"Embora tenhamos o direito de escolher o que hospedamos em nossa plataforma, não somos a autoridade sobre o que você decide ou não modificar nos seus jogos, e esses mods podem ser encontrados em outros sites", afirmou a plataforma.
Em nota publicada em 2020, o britânico Robin Scott, dono do site, explicou a decisão de proibir modificações com temas relacionados à política americana. Ele destacou que a maioria delas eram disponibilizadas por "covardes com contas falsas, deliberadamente para tentar causar tumulto".
"Considerando a baixa qualidade dos mods sendo enviados, as visões polarizantes que eles expressam e o fato de que uma pequena, mas vocal, parcela dos nossos usuários aparentemente não é inteligente ou madura o suficiente para debater as questões sem recorrer a xingamentos e acusações infundadas (o que reflete os problemas mais amplos que afligem o nosso mundo atualmente), decidimos lavar as mãos dessa confusão e impor uma proibição total a mods relacionados a questões sociopolíticas nos Estados Unidos", afirmou o site à época.
Desta vez, depois dos ataques de apoiadores do presidente eleito —que, segundo Scott, incluíram ameaças de morte e acusações infundadas de pedofilia—, ele se manifestou no reddit, atribuindo a confusão a "youtubers que adoram criar polêmica".
"É tão idiota, e essas pessoas [que atacaram a plataforma] são tão idiotas, que eu realmente não tenho paciência para isso. Não espero que nenhum dos meus funcionários tenha que lidar com esses lunáticos além de mostrar para eles a porta da rua. Então, deletamos todos os mods que vemos ou que são reportados sobre esse tema, e todas as pessoas que ficam irritadas com isso podem simplesmente seguir em frente, porque realmente não vale o nosso tempo ou esforço para nos importar", afirmou.
De qualquer forma, toda a polêmica virou fumaça na última quinta-feira (9), quando a NetEase fez uma atualização no jogo que bloqueia o uso de qualquer modificação.
Essa não é a primeira vez que a Nexus Mods se vê envolvida em polêmicas por moderar as alterações de jogos publicadas na plataforma. Em agosto de 2022, ela baniu um usuário que criou uma conta falsa para publicar um mod que trocava bandeiras LGBTQIA+ do jogo "Spider-Man Remastered" por bandeiras americanas.
Na época, a plataforma explicou a medida afirmando que é a favor da inclusão e da diversidade e que "se acreditarmos que alguém está enviando um mod em nosso site com a intenção deliberada de ser contra a inclusão e/ou a diversidade, tomaremos medidas contra isso".
"Não queremos e não vamos discutir isso com você. Já explicamos nossa posição e não forneceremos uma plataforma para que você distorça nosso posicionamento a fim de alimentar uma narrativa irracional e paranoica. Você pode fazer isso em outro lugar, onde não nos importaremos o suficiente para ler", diz a nota, que convida qualquer usuário que discorde da posição a deletar sua conta.
Baseada no Reino Unido, a Nexus Mods foi criada em 2001 e ganhou popularidade inicialmente por disponibilizar alterações para games da série "The Elder Scrolls". Com mais de 650 mil mods disponibilizados para cerca de 3.300 jogos diferentes, ela é hoje uma das mais populares plataformas de modificações do mundo, com mais de 58 milhões de usuários cadastrados. Ainda assim, o site é mantido por uma equipe relativamente pequena, com menos de 40 funcionários.
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dica de game, novo ou antigo, para você testar
Dynasty Warriors: Origins
(PC, PS 5, Xbox X/S)
Poucas sensações são mais prazerosas em um videogame do que passar por cima de uma série de inimigos com um personagem superpoderoso, algo que "Dynasty Warriors: Origins" fornece aos montes. Jogar este hack-and-slash levemente baseado no livro "Romance dos Três Reinos", obra histórica chinesa sobre a luta por poder na época da dinastia Han (séculos 2 e 3), é quase catártico. Com o misterioso protagonista, o jogador tem à sua disposição um arsenal de armas para varrer centenas de inimigos do mapa a cada fase. Mas há também desafios. Eles se apresentam principalmente nos chefes, que requerem mais paciência e estratégia.
O repórter recebeu uma cópia com acesso antecipado para teste.
Update
novidades, lançamentos, negócios e o que mais importa
- A fabricante de acessórios Genki levou para a CES (feira de eletrônicos em Las Vegas) um simulacro do Switch 2 (veja imagens obtidas pelo The Verge), mostrando detalhes ainda não revelados pela Nintendo sobre o aparelho. A empresa japonesa, porém, afirmou a um jornal do seu país que a representação do console não é oficial e não foi divulgada por ela.
- Também na CES, a Valve anunciou que disponibilizará seu sistema operacional para computadores portáteis em aparelhos de outras marcas. O primeiro aparelho a contar com o mesmo sistema operacional do Steam Deck é o Lenovo Legion Go S, que será lançado em maio e terá também uma versão com Windows.
- A Ubisoft adiou pela segunda vez o lançamento de "Assassin’s Creed Shadows". O game, que era previsto para 14 de fevereiro, deve chegar às lojas apenas em 20 de março. Segundo a empresa, a medida foi tomada para que os desenvolvedores pudessem "incorporar melhor o feedback dos jogadores".
- Paralelamente a isso, a Ubisoft publicou um comunicado para investidores em que abre as portas para uma possível venda. A empresa anuncia a contratação de consultores para "revisar e buscar diversas opções transformadoras estratégicas e capitalistas, com o objetivo de extrair o melhor valor para os acionistas" e cita medidas de corte de gastos.
- O governo dos EUA designou a chinesa Tencent, considerada a maior empresa de games do mundo, como uma companhia militar. A medida não gera sanções, mas pode dificultar seus negócios no país. A Tencent afirmou que a designação é um erro e entrará em contato com as autoridades americanas para reverter a classificação.
- O desenvolvimento dos jogos da série "Call of Duty" publicados de 2015 a 2020 custaram entre US$ 450 milhões a US$ 700 milhões (cerca de R$ 2,7 bilhões a R$ 4,2 bilhões). Os dados foram divulgados pela newsletter Game File, que chegou aos valores com base em declarações de Patrick Kelly, chefe criativo da franquia, em processo decorrente de um ataque a tiros em escola no Texas, em 2022.
- No processo, a Activision é acusada pelos familiares das vítimas de promover armas e violência para crianças com seus jogos, afirmando que o atirador de 18 anos jogava "Call of Duty" compulsivamente. A empresa pede que o processo seja arquivado e citando como justificativa sua "liberdade de expressão criativa".
- Ex-funcionários da divisão de games da Annapurna, que pediram demissão em massa, irão herdar o catálogo da Private Division, publicadora indie vendida pela Take-Two, afirmou a Bloomberg. Segundo a publicação, o selo foi adquirido por um fundo de investimento que pretende formar uma nova empresa com a antiga equipe da Annapurna.
- A Microsoft anunciou que seu aplicativo do Xbox Game Pass para jogar na nuvem passará a ser disponibilizado em TVs LG ainda neste ano. Atualmente, apenas TVs da marca Samsung contam com o aplicativo.
Download
games que serão lançados nos próximos dias e promoções que valem a pena
15.jan
"Aloft" (PC)
"Runny Bunny" (PS 4/5, Xbox One/X/S, Switch)
"The Roottrees are Dead" (PC)
16.jan
"Donkey Kong Country Returns HD" (Switch)
"Montezuma's Revenge - The 40th Anniversary Edition" (PC)
"Things Too Ugly" (PC, PS 4/5, Xbox One/X/S, Switch)
17.jan
"Dynasty Warriors: Origins" (PC, PS 5, Xbox X/S)
"Tales of Graces f Remastered" (PC, PS 4/5, Xbox One/X/S, Switch)
20.jan
"IDUN" (PC)
"Super Roboy" (PC)
21.jan
"Somber Echoes" (PC)