Outro motivo — uma das hipótese sobre a queda do avião da Voepass — é o acúmulo de gelo nas asas. O local onde houve a queda do avião tinha um alerta para "formação severa de gelo". Um possível acúmulo de camadas de gelo sobre as asas pode mudar a curvatura delas. Assim, há perda de sustentação.
Se muda demais essa curvatura, a aeronave perde a sustentação e, nesses casos, é como se ele deixasse de ser um avião e passasse a ser uma como uma pedra, que foi o que vimos hoje.
Raul Marinho, piloto e presidente do BGAST (Grupo Brasileiro de Segurança da Aviação Geral)
Nos aviões de pequeno porte, a alerta sobre aproximação de estol pode ser com um sinal sonoro similar a uma buzina. Mas as aeronaves comerciais costumam ter um sistema que emite uma vibração no manche.
No caso do gelo, há dispositivos que podem servir como uma espécie de resistência. Quando o gelo começa a se formar, a resistência esquenta a asa e derrete o gelo. Outra possibilidade é uma capa de borracha que faz movimentos para quebrarem o gelo quando ele se forma.
A formação é comum, é trivial, e o avião foi feito para voar nessas condições. Este modelo é francês, foi feito na Europa, onde isso acontece com mais frequência. Sabendo isso, o fabricante normalmente instala dispositivos para lidar com o problema. Não sei nesse modelo quais os dispositivos que foram instalados.
Raul Marinho, piloto e presidente do BGAST (Grupo Brasileiro de Segurança da Aviação Geral)