Grupo pesquisa se reprodução de mamíferos no espaço é possível. "Infelizmente, levar camundongos vivos e cuidar deles no espaço é muito difícil. Então, nós decidimos por um experimento muito simples, que poderia ser realizado com a tecnologia atual", afirmou Wakayama em 2013 ao The Guardian.
Naquele ano, a equipe enviou esperma de camundongo à ISS. O material ficou armazenado lá até maio de 2014 e, de volta à Terra, foi inseminado em fêmeas que geraram filhotes saudáveis e férteis. Os pesquisadores avaliaram o impacto da radiação sobre o esperma do animal e constataram que houve pequenos danos no DNA em comparação às amostras de filhotes gerados em condições normais, armazenadas na Terra. Os danos, no entanto, foram reparados após a fertilização.
Depois, o teste foi enviar embriões ao espaço. Em agosto de 2021, eles enviaram embriões de ratos congelados para a ISS, onde os astronautas os descongelaram com um dispositivo especialmente concebido para isso e os cultivaram durante quatro dias. O material se desenvolveu normalmente em blastocistos, estruturas celulares que se tornam o feto e a placenta. Na ocasião, a gravidade não teve efeito significativo nem houve alterações consideráveis no DNA.
Outros experimentos como esse já foram realizados. Pesquisadores já trabalharam com outras espécies de animal, como peixes, anfíbios e pássaros, mas os mamíferos se mostraram mais difíceis de serem mantidos no espaço. Por isso, as pesquisas de Wakayama são inovadoras, porque podem ser importantes para futuras missões de exploração e colonização espacial.
*Com informações da AFP e matéria publicada em 23/05/2017