Erro do Copom rachado de maio se reflete na decisão dúbia de julho

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Prova dos erros

Nomeado por Jair Bolsonaro, logo no início de seu governo, Campos Neto errou na entrada e na saída. Na entrada, o erro foi reduzir demais a taxa Selic. Na saída, em 2024, foi mudar, inesperadamente, fora da comunicação institucional do BC, a orientação sobre os próximos passos da política de juros, com as consequências negativas com as quais o Copom se vê agora.

Campos Neto pegou a taxa básica em 6,5%, em fevereiro de 2019, e a cortou para 4,25%, em fevereiro de 2020, antes da pandemia de Covid-19. Com a pandemia, derrubou a Selic para 2%, em agosto de 2020, mantendo-a até março de 2021.

A partir daí, comprovando o corte excessivo, deu início a uma escalada acelerada de altas da taxa básica, com elevações incomuns de 1 ponto percentual, ou mesmo 1,5 ponto, reunião após reunião do Copom, até alcançar 13,75%, em agosto de 2022. A Selic foi mantida nesse nível alto até junho de 2023, quando teve início a série de cortes de 0,5 ponto que levou a taxa aos atuais 10,5%.

Escaladas aceleradas de taxas Selic são boas indicações de erro na condução de política monetária. O mesmo ocorreu em 2008, quando o BC, no segundo mandato de Lula, era presidido por Henrique Meirelles.

Depois de subir a taxa básica de juros ao longo de 2008, quando já era visíveis sinais de uma crise bancária global, o Copom de Meirelles elevou a Selic também para 13,75% ao ano em setembro, às vésperas da quebra do banco Lehman Brothers, ponto simbólico do início do hoje conhecido como o "grande crash global de 2008".

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