O mais recente relatório da OMM (Organização Meteorológica Mundial) confirmou que 2023 foi o ano mais quente da história registrada, com temperaturas acima da média no oceano Antártico, um fenômeno que também impacta o Brasil.
Neste contexto, parte da solução está nas chamadas cidades-esponja, que propõem a restauração da vegetação para aumentar a retenção de água, reduzir as temperaturas e criar microclimas favoráveis por meio das árvores.
Para Nobre, outro sinal positivo para o futuro brasileiro é a decisão do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) de investir R$ 4,5 bilhões para projetos de renovação da frota de ônibus em municípios brasileiros, com limites rigorosos de emissões de poluentes. A iniciativa visa renovar a frota de transporte público em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro.
"O governo tem várias iniciativas positivas, como a redução do desmatamento até junho em diversos biomas brasileiros. Vamos chegar na COP30 com reduções significativas na Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica", destacou Carlos Nobre.
No entanto, ele alertou para o aumento dos incêndios florestais. Sobre as recentes queimadas, o climatologista explicou que elas não têm causas naturais, citando os incêndios criminosos em áreas de cana-de-açúcar em São Paulo como exemplo.
"É preciso convencer o setor do agronegócio brasileiro a fazer conversão para agricultura e pecuária regenerativas, pois são atividades mais lucrativas e resilientes aos eventos extremos, os quais causam a queda da produtividade. Todo setor tem financiamento para isso, mas a transição está sendo lenta, e não é lentidão governamental", destacou Nobre.