Embora o desmatamento seja a principal causa de emissões de gases poluentes no Brasil, Daniela aponta que o setor de energia provoca entre 20% e 25% das emissões de gases de efeito estufa no país. Ao propor soluções como energia solar e eólica, é necessário levar em conta as comunidades locais que serão afetadas pela instalação de usinas e fazendas solares.
"Quando a gente vai para o território, seja no Cerrado, Mata Atlântica ou Amazônia, precisa considerar que a realidade dessas populações não é a mesma que a gente vive [nos centros urbanos]. Então, essa transição tem que acontecer de forma equilibrada", afirma.
Ao discutir a energia solar, Daniela ressalta a falta de negociações justas entre empresas e comunidades. Segundo ela, as lideranças precisam ultrapassar os limites do "quintal corporativo" e considerar os impactos positivos e negativos de forma inclusiva e descentralizada.
Outro ponto levantado pela diretora da WWF é o aumento do uso de biodiesel. Feito a partir da soja, é preciso garantir que a produção do combustível não contribua para o aumento do desmatamento.
"Temos uma matriz bastante limpa, mas precisamos olhar para a questão social, para que ela seja incluída nesse processo [de transição energética]", conclui.