Em depoimento à PF, Mauro Cid diz que advogado se confundiu ao falar sobre Bolsonaro

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Em mais um depoimento prestado à Polícia Federal (PF), na tarde de quinta-feira (5), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou que não tem como saber se o antigo mandatário tinha conhecimento do plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). 

O militar foi intimado a prestar novos esclarecimentos sobre a suposta tentativa de golpe de Estado, que levou à abertura de um inquérito pela PF – no qual Cid e Bolsonaro estão entre os 37 indiciados

A PF solicitou mais informações de Mauro Cid depois que seu advogado, Cezar Bittencourt, disse, em entrevista à GloboNews, que Bolsonaro tinha conhecimento do plano. “Na verdade, o presidente da época sabia de tudo, ele comandava essa organização”, afirmou o defensor.

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Na mesma entrevista, no entanto, Bittencourt se desdisse e afirmou que não havia se referido a um “plano de morte”. “Alguma coisa, evidentemente, ele tinha conhecimento, mas o que é um plano? O plano tem um desenvolvimento muito grande”, tentou explicar. 

Os investigadores quiseram ouvir novamente Mauro Cid e saber por que ele não abordou o assunto em depoimento anterior ao ministro Alexandre de Moraes.

Segundo informações do colunista Igor Gadelha, do portal Metrópoles, o tenente-coronel disse ao delegado Fábio Shor que seu advogado teria se “confundido” com as perguntas durante a entrevista à GloboNews

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Bittencourt, que acompanhou Cid no depoimento, teria confirmado que se confundiu, de acordo com relatos de fontes da PF. 

No depoimento de quinta-feira, Mauro Cid reafirmou que não sabia de qualquer plano para matar Lula, Alckmin e Moraes.

O depoimento do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro durou pouco menos de duas horas. Ao deixar a PF, Mauro Cid não quis falar com os jornalistas. 

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Delator

O novo depoimento do tenente-coronel aconteceu duas semanas depois de Mauro Cid ter sido interrogado pelo ministro Alexandre de Moraes. Na ocasião, o magistrado manteve a validade da delação premiada do militar à PF.

No depoimento a Moraes, Cid afirmou que não sabia do plano de um suposto golpe de Estado no Brasil.

Mauro Cid é um dos 37 indiciados pela PF no inquérito que investiga a suposta trama golpista de 2022, no fim do governo Bolsonaro. O relatório da PF foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), a quem caberá a apresentação ou não de eventual denúncia.

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Cid chegou a ser preso, mas acabou solto após fechar a delação premiada. O tenente-coronel já prestou pelo menos 11 depoimentos durante as investigações. 

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