Elton John retorna aos palcos com Brandi Carlile para lançar disco em parceria

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Mesmo após anunciar sua aposentadoria dos palcos em 2023, após décadas de carreira, Elton John não resistiu à tentação de brilhar, na última quarta-feira (26), no London Palladium —mesmo palco onde, em 1972, dividiu os holofotes com Liberace.

A ocasião marcou o lançamento de seu álbum em colaboração com a cantora e compositora folk americana, Brandi Carlile. De cara, mostraram uma química latente, apresentando juntos as faixas, até então inéditas, "Swing For The Fences", "Little Richard’s Bible" e "You Before Me".

Com um rock que flerta com o pop energético e baladas emocionantes com batidas épicas, o álbum mostra um maestro pronto para se reinventar, ainda que impregnado de nostalgia.

O público também foi presenteado com versões de "Crazy", de Patsy Cline, e "He’ll Have To Go", de Jim Reeves —momentos em que Carlile soube chamar com naturalidade os holofotes para si, mesmo ao lado de um gigante.

Na plateia, alguns fãs sortudos, mas muito celebridades –Bjorn Ulvaeus, lenda do ABBA, Ronnie Wood, dos Rolling Stones, o comediante Sacha Baron Cohen, o astro de "Aquaman", Jason Momoa, além do veterano do teatro musical Andrew Lloyd Webber.

Em paralelo ao show, o mestre de cerimônias da noite, Dan Levy, de "Schitt's Creek", aproveitou, em meio ao cenário vibrante do palco, decorado com adereços gigantes, neons e instrumentos musicais, as cadeiras dispostas no canto para entrevistar os protagonistas da noite.

Perguntas casuais, como "quantos pares de óculos você tem, Elton?" —entre 10 e 15 mil— foram direcionadas ao artista, provocando risadas antes de momentos de homenagem.

Foi quando o artista começou a falar sobre usas perspectivas sobre o futuro da indústria. Com depoimentos em vídeo de artistas como Dua Lipa, Chappell Roan e Ed Sheeran, o britânico reafirma que seu impacto na música permanece tão significativo quanto sempre foi. Além de ser referência para esses e muitos outros artistas, ele exerce ativamente o papel de mentor a cada um.

Viver apenas das conquistas passadas, que o estabeleceram como um dos artistas solo mais vendidos de todos os tempos, e negligenciar a nova geração de músicos, está longe de ser uma opção para ele. "Olho para o futuro. O passado, eu já conheço."

Esse cuidado se reflete no novo álbum, no qual optou por colaborar com Carlile, buscando ampliar a visibilidade de sua arte, tradicionalmente associada ao nicho musical folk. Como desafio, ele a presenteou com uma guitarra em 2023 e disse: "Quero ver você cantar rock."

Sem hesitar, Carlile embarcou no sonho de colaborar com seu herói de infância e amigo pessoal há duas décadas. "Minha vida me levou a este álbum", afirmou ela.

Esta foi a primeira vez que Elton John permitiu que câmeras registrassem o processo de composição e gravação de um de seus projetos —oportunidade inédita que permite vê-lo em ação, mantendo seu estilo maximalista, mas substituindo suas icônicas fantasias vibrantes por moletons de grife estampados.

As gravações trazem um olhar intimista sobre uma gama de emoções: desde a frustração, quando ele arremessa um fone de ouvido no chão, até momentos de vulnerabilidade, ao enxugar as lágrimas e admitir que nunca viveu algo assim em toda sua carreira.

Os bastidores foram resumidos no curta "Who Believes in Angels? Stories From The Edge of Creation", que será lançado neste sábado (5) no canal de Elton John no YouTube.

Acompanhados de nomes como Chad Smith, baterista do Red Hot Chili Peppers, e do guitarrista Andrew Watt, Elton e Carlile seguiram emocionando o público revistando os clássicos a exemplo de "Don’t Let The Sun Go Down On Me", "Your Song", "Tiny Dancer", encerrando a noite com uma canção simbólica para aquele momento —"I’m Still Standing".

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