Eduardo Sodré: Depreciação entre 2022 e 2024 mostra problema dos carros elétricos em relação aos híbridos

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Além da preocupação com infraestrutura de recarga, a desaceleração nas vendas de carros 100% elétricos reflete a preocupação do consumidor brasileiro com o valor de revenda desses veículos.

Informações levantadas pelo Autoinsights, hub de dados do portal Webmotors (banco Santander), mostram desvantagem em relação aos híbridos. A empresa comparou os preços de automóveis zero-quilômetro a bateria anunciados em 2022 com o valor de revenda no mercado de usados nos dois anos seguintes.

"Para a categoria de elétricos como um todo, considerando o valor de anúncio dos modelos com fabricação em 2022, em dezembro daquele ano tínhamos um preço médio de R$ 340.513. Em dezembro de 2023, o preço médio desses modelos foi de R$ 235.823", diz o relatório enviado pelo Autoinsights.

Os valores representam uma queda de 30,7% em um ano. No mesmo período, de acordo com os cálculos do hub de dados, a depreciação média dos modelos híbridos de todas as categorias ficou em 1,18%.

Já o grupo que reúne os automóveis a combustão (a gasolina, a diesel ou flex) perdeu 33,6% de seu valor médio na comparação entre o preço de venda como zero-quilômetro em 2022 e o pedido pelos mesmos veículos no mercado de usados em 2023.

O Autoinsights considerou também por quanto os carros fabricados em 2022 estavam sendo anunciados na plataforma Webmotors no fim de 2024. A perda média dos modelos puramente elétricos chegou a 37,6%.

Nesse mesmo intervalo de dois anos, os automóveis híbridos depreciaram 18,4%. Já entre os modelos a combustão, houve perda de 39,5% em relação ao valor praticado na venda como veículos zero-quilômetro.

Embora seja percentualmente maior, a depreciação dos modelos sem nenhum tipo de eletrificação é mais diluída. O levantamento não considera o volume de vendas, mas, sim, os preços anunciados. Em 2022, foram comercializados 8.458 veículos 100% elétricos, 40.787 híbridos e 1,9 milhão de automóveis a combustão. os dados são da Fenabrave (associação dos distribuidores).

O menor volume de vendas amplia a sensação de que a perda é maior no caso dos puramente elétricos. Esse efeito assusta grande parte do público, que, embora deseja a tecnologia, acaba optando pelas facilidades dos modelos híbridos. Essas opções permitem usufruir da experiência elétrica sem abrir mão da autonomia proporcionada pela combustão, embora com desvantagens ambientais.

Um novo cálculo deverá ser realizado no fim deste ano, já sob o impacto das marcas chinesas, que continuam a chegar. A Leapmotor confirmou a estreia do SUV médio C10 ainda em 2025, enquanto a Geely avança nos planos de montar modelos a bateria no Paraná, em parceria com a Renault.

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