Dólar encerra a sessão a R$ 6 com exterior e sinal do Congresso favorável a pacote fiscal

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Apesar da queda do dólar nos últimos dias, o desconforto com o quadro fiscal ainda permeia os negócios e leva casas relevantes a revisar para cima a projeção para a taxa de câmbio

Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Com uma moderação do ritmo de baixa ao longo da tarde, a divisa encerrou a sessão em baixa de 0,63%, a R$ 6,0097

O dólar emendou o terceiro pregão consecutivo de queda em relação ao real nesta quinta-feira (5) e esboçou fechar abaixo do nível psicológico de R$ 6,00, algo não visto desde 28 de novembro. Os sinais de que o pacote de gastos do governo vai ser apreciado com celeridade no Congresso e o enfraquecimento da moeda americana no exterior abriram espaço para ajustes nos prêmios de risco embutidos na taxa de câmbio.

No fim da noite de ontem, a Câmara dos Deputados aprovou requerimento de urgência para dois projetos que compõem o plano da equipe econômica: um relacionado ao crescimento real do salário e outro que traz novos gatilhos para o arcabouço fiscal, como limitação na compensação de créditos tributários e autorização de contingenciamento e bloqueio de emendas parlamentares.

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Operadores e analistas consideravam que havia espaço para uma recuperação, ainda que parcial, da moeda brasileira, em caso de sinais favoráveis de Brasília e acomodação do dólar no exterior. Isso apesar de mostrarem ceticismo em relação à economia estimada com as medidas fiscais e apontarem uma derrapada de comunicação do governo ao anunciar conjuntamente o pacote de contenção de gastos com a proposta de isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil por mês.

Em baixa desde a abertura, o dólar à vista furou o piso de R$ 6,00 na primeira hora de negócios e registrou mínima a R$ 5,9608 pela manhã. Com uma moderação do ritmo de baixa ao longo da tarde, a divisa encerrou a sessão em baixa de 0,63%, a R$ 6,0097. Apesar do recuo nos últimos dias, o dólar ainda acumula valorização na semana (0,14%).

Termômetro do comportamento da moeda americana em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o DXY recuou e voltou a ser negociado abaixo dos 106,000 pontos. Houve fortalecimento do euro após o desenlace da crise política na França, com a renúncia do primeiro-ministro, Michel Barnier.

A safra mais recente de indicadores mostra certa acomodação da economia dos EUA e embasa a perspectiva de que o Federal Reserve vai promover novo corte de 25 pontos-base da taxa básica de juros neste mês. Amanhã, sai o relatório oficial de emprego (payroll) em outubro, o que pode reforçar essa expectativa.

Apesar da queda do dólar nos últimos dias, o desconforto com o quadro fiscal ainda permeia os negócios e leva casas relevantes a revisar para cima a projeção para a taxa de câmbio. O Deutsche Bank, por exemplo, espera dólar a R$ 6,10 no fim deste ano, argumentado que o governo não conseguiu apresentar “medidas críveis” e que o Banco Central “não tem sido capaz de assegurar aos mercados sua capacidade de conter a desvalorização do real”.

*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Carolina Ferreira

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