Movimento do dólar
Prever a cotação do dólar é um trabalho difícil. Isto porque a moeda responde a diversas situações nacionais e internacionais, que não podem ser antecipados, diz Cristiane Quartaroli, economista-chefe do Ouribank.
Ainda existem dúvidas sobre a implementação do pacote de gastos. Apesar de Haddad ter detalhado o pacote nesta manhã, as medidas fiscais precisam ser aprovadas pelo Congresso Nacional, assim como a isenção do IR, para que comecem a valer de fato. Quartaroli diz que teor do pacote pode mudar ao longo da tramitação, por exemplo, influenciando diretamente a reação do mercado e o valor do câmbio.
Dólar não deve ficar abaixo de R$ 5,80 até o final do ano. Alan Martins, analista da Nova Futura Investimentos, afirma que a moeda passou por uma mudança de patamar, o que significa que seu "novo normal" é ficar na casa dos R$ 5,80. "A probabilidade de continuar escalando uma trajetória de alta é muito grande", afirma Martins. Agora é preciso avaliar o movimento dos próximos dias para entender se o valor de R$ 6 é o novo teto da moeda ou se ela pode ultrapassar este patamar.
Mercado entende que há uma perda de credibilidade nas medidas de contenção de gastos. Paula Zogbi, gerente de Research e head de conteúdo da Nomad, afirma que o mercado vai continuar acompanhando o potencial impacto financeiro dos cortes em relação à renúncia de arrecadação da proposta com a isenção do IR.
Estresse do dólar, que começou ontem, está relacionado a notícia sobre isenção do IR. Apesar de o mercado esperar que o assunto se tornasse pauta em algum momento, não era esperado que o anúncio viesse com o pacote de corte de gastos. Zogbi diz que o mercado ainda tem dúvidas se a compensação pela taxação de quem recebe acima de R$ 50 mil será suficiente para compensar a renúncia.