Um exemplo é a falha em cortinas de algumas janelas. A ocorrência foi aberta no dia 15 de julho, e tinha como data limite para solução o dia 12 de novembro de 2024. Entretanto, isso não quer dizer que o conserto não seria realizado antes desse prazo.
Também havia itens na cabine de comando com problemas. Entre eles, o porta-copos do assento do capitão estava em falta. Do mesmo lado da cabine, o carpete estava rasgado.
Na cabine de passageiros, a luz de leitura de um dos assentos estava quebrada. Ao menos seis assentos estavam quebrados ou com mau funcionamento.
Um dos freios estava inoperante
No dia 8 de agosto, foi relatado que o freio número 4 estaria inoperante. Segundo os manuais da empresa, o avião poderia continuar operando.
Em linhas gerais, os fabricantes determinam a lista mínima de equipamentos que precisam estar operacionais em um voo, e as empresas seguem à risca essas medidas ou impõem normais mais restritivas. Em caso de falha em um ou mais itens, pode haver um prazo ou quantidade de pousos e decolagens que podem ser feitos com eles em falta.
Um dos freios em falta não seria um problema grave na aeronave, e não afetaria a segurança de operação em um primeiro momento. Mas, para isso, o avião teria de operar com algumas restrições.
Entre elas, por exemplo, a aeronave não poderia estar com o sistema antiderrapagem inoperante. Ele evita que as rodas do avião parem de rodar bruscamente e façam a aeronave deslizar sobre o asfalto. Essa tecnologia passou a ser usada posteriormente em carros, como o sistema de freios ABS.
Outra restrição seria a aplicação de "penalidades" para a operação. Um exemplo é o tamanho da pista de pouso: Se o avião consegue pousar, hipoteticamente, em 900 metros de pista, como estará com um freio inoperante, precisaria de uma distância maior para parar totalmente. Se o aeroporto de destino não cumpre com essas exigências ocasionais, a aeronave não poderá operar ali.
Outros problemas na cabine
Na cabine de comando, alguns itens também estavam com problemas. Um deles é o Indicador Eletrônico de Situação Horizontal, instrumento que mostra informações sobre a navegação.
Esse instrumento, entretanto, não é obrigatório e nem indispensável para o voo.
O ar-condicionado também não estava funcionando integralmente na cabine. Segundo o documento, uma das saídas de ar estavam entupidas. Um dos sistemas de refrigeração estava soltando ar quente na cabine, tanto durante o voo quanto no solo.
Posicionamento da Voepass
Em nota, a Voepass negou possíveis problemas com a aeronave e afirmou que ela voou sem nenhum item pendente, apesar do curto espaço de tempo para realizar todos os consertos entre a emissão da documentação de manutenção (chamada ACR/CDL) e os voos naquele dia.
Veja a íntegra:
"A VOEPASS Linhas Aéreas informa que o ACR/CDL foi atualizado e que o ATR-72 não voou com nenhum item pendente. A empresa reafirma que a aeronave estava aeronavegável, com todos os sistemas requeridos em funcionamento, além de cumprir todas as normas e exigências estipulados pela legislação setorial vigente. A companhia reforça ainda que segue absolutamente todos os manuais, protocolos e exigências do fabricante da aeronave e das autoridades locais, atendendo os padrões mais elevados da aviação internacional."
Reportagem
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