Documentário de Elton John revê turnê de despedida com shows e imagens de arquivo

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A Disney+ exibe "Elton John: Never Too Late", documentário sobre a vida e carreira de Elton John. O filme é centrado nas últimas apresentações do astro nos Estados Unidos em sua turnê de despedida, "Farewell Yellow Brick Road Tour". O filme acompanha Elton em turnê dos Estados Unidos, que ocorreu há dois anos, culminando em três shows realizados no Dodger Stadium, em Los Angeles.

As imagens de shows ao vivo são intercaladas com longas entrevistas e cenas de arquivo que contam a brilhante trajetória de Sir Elton Hercules John, nascido Reginald Kenneth Dwight.

"Elton John – Never Too Late" foi dirigido em parceria pelo veterano documentarista R.J. Cutler, diretor de filmes como "The War Room" e documentários sobre Marlon Brando e Anna Wintour, e o marido de Elton, David Furnish, com quem o cantor tem dois filhos. A entrevista foi editada das dezenas de conversas que o cantor e compositor teve com o jornalista inglês Alexis Petridis, crítico musical do jornal britânico The Guardian, que resultaram na autobiografia do artista, "Me", lançada em 2019.

"Não queríamos fazer um documentário da forma tradicional, com muitas pessoas falando sobre Elton", diz Furnish. "Pedimos a Alexis (Petridis) para ouvir as muitas horas de entrevistas que ele havia feito com Elton, e as conversas eram tão reveladoras, com Elton falando sobre sua vida de forma tão franca, que resolvemos usá-las em nosso filme". Além do artista, o único que aparece dando depoimentos –em imagens de arquivo– é Bernie Taupin, seu eterno letrista.

O resultado é um documentário muito íntimo, que mistura imagens de Elton em shows e turnês com fotos e filmes de seu arquivo pessoal. Furnish conta que Elton, um colecionador compulsivo de várias coisas, como discos e óculos, mantém dois armazéns imensos para guardar sua extensa coleção de memorabilia e objetos pessoais. O cineasta R.J. Cutler e sua equipe de pesquisadores trabalharam por cerca de dois anos vasculhando todo o material. Os cineastas tiveram a ajuda fãs, que enviaram fotos, filmes e objetos.

Furnish conta que o próprio Elton se surpreendeu com algumas das coisas que aparecem no filme. "Ele não lembrava ter escrito diários de turnê nos anos 1970 e, quando encontramos os cadernos, ficou muito emocionado". Os diários revelam sua surpresa com a acolhida que teve em sua primeira turnê nos Estados Unidos, em 1970, cujo destaque foi uma residência de seis apresentações no pequeno clube Troubadour, em Los Angeles. Esses shows são lendários em sua trajetória, porque foram recebidos com entusiasmo pela crítica e ajudaram a torná-lo conhecido nos Estados Unidos.

Outro show famoso e que é relatado em detalhes no filme é o concerto no Madison Square Garden, em Nova York, em 28 de novembro de 1974. Elton era amigo de John Lennon, que vivia um momento difícil na vida, separado de Yoko Ono. Então, participou da gravação da faixa "Whatever Gets You Thru the Night", de Lennon, e fez um aposta com o ex-Beatle: se a música chegasse a número um nas paradas, Lennon faria uma participação surpresa em seu show. A canção virou um sucesso, e Lennon cumpriu a promessa.

Na plateia, estava um menino de 13 anos, vendo seu primeiro show: R.J. Cutler. Foi o primeiro show que eu vi na vida, e não poderia ter escolhido uma ocasião melhor", afirma. Cutler conseguiu recriar parte do show usando fotografias, os poucos segundos de imagens em Super-8 existentes, e a trilha de áudio original, que sua equipe de pesquisadores encontrou.

É um show marcante por dois motivos: primeiro, Elton, sem Lennon saber, havia convidado Yoko Ono para assistir, e promoveu o reencontro dos dois nos camarins, após o show. Eles reataram e, no ano seguinte, nasceu o filho do casal, Sean, de quem Elton se diz "meio que um pai". O segundo motivo é bem triste: aquele show marcou a última vez que Lennon pisaria num palco. Ele seria assassinado em 8 de dezembro de 1980, sem se apresentar ao vivo novamente.

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