O COIN11 vai acabar acompanhando o potencial de valorização do bitcoin, que atualmente negocia no patamar de US$ 100 mil, mas o tamanho dos dividendos dependerá da volatilidade da criptomoeda.
Renato Nobile, gestor e analista da Buena Vista Capital, explicou ao UOL que, por conta do uso de opções de compra do bitcoin, o patrimônio investido no ETF tende a subir menos, quando a criptomoeda dispara e cai menos, quando o bitcoin desvaloriza. Mas o que favorece mesmo na geração de prêmio é a oscilação no preço do bitcoin, seja para cima ou para baixo.
"A proteção que comprei fica mais valorizada em termos de prêmio. Porque, se o bitcoin está chacoalhando muito, o risco aumentou e eu capturo mais ganhos", comenta Nobile.
Diferentemente de concorrentes, a gestora Buena Vista também possui a estratégia de que, quando há dividendos muito elevados, uma parte é provisionada para garantir a estabilidade dos proventos futuros. Desta forma, se há algum mês com baixo retorno em dividendos, a gestora consegue compensar com o provisionamento.
Nobile explica que estratégias com bitcoin já chegaram a proporcionar um dividend yield (retorno em dividendos) mensal a gestora de 8%, mas que a Buena Vista busca se manter na faixa de remuneração mensal de até 2,4%, guardando o excedente para distribuições futuras. No horizonte de um ano, a expectativa é entregar um dividend yield de 24% aos investidores, praticamente acima do que a Petrobras (PETR4) paga atualmente.
É por causa da volatilidade e o provisionamento, que o COIN11 não elevaria tanto os dividendos mesmo se o bitcoin chegasse aos US$ 200 mil, como já projetam alguns analistas otimistas para 2025. Mas o yield on cost, que é o dividendo em relação ao preço médio de aquisição, seria maior, segundo Nobile.