O IPCA de novembro foi de 0,39%, com índice acumulando em 12 meses 4,87%, acima do teto da meta da inflação de 2024, de acordo com o divulgado pelo IBGE nesta terça (10).
Rodrigo Sgavioli, head de alocação da XP, participou do Morning call da XP nesta terça e disse que a inflação corrente e as expectativas de inflação vêm se desancorando.
“Ele está saindo de perto do que a gente considera o teto da meta, que é de 4,5%”, destaca. “Isso mostra que a gente tem pressões inflacionárias no curto prazo, que vão fazer com que a inflação de 2025 seja muito provavelmente acima de 5%, que é bastante fora da meta”, afirmou.
A meta de inflação é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais (teto) ou para menos (mínima).
“A gente tem uma projeção (de IPCA) por ora de 5,2% (para 2025), mas é um número que preocupa”, destacou. Somente para 2026 é que a XP projeta inflação de volta ao teto da meta, de 4,5%.
Inflação implícita
“A inflação implícita mostra até um número mais preocupante e pode chegar a 7,08% (em 2025)”, disse. A inflação implícita é a diferença entre as taxas de juros nominal e real e pode ser observada a partir de títulos públicos indexados à inflação (NTN-B).
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De acordo com Rodrigo Sgavioli, o cenário mostra que “o contexto para os próximos anos, de alguns preços apresentando alta, é de desancoragem das expectativas (inflacionárias)”. Para o analista da XP, a pressão aumentou ainda mais “na medida em que o fiscal também não ancorou as expectativas com o novo pacote de reajuste de gastos”.