Depender só de blockbusters é pena de morte para os games, diz ex-executivo da Sony

há 2 meses 3

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Ex-chefe global de estúdios da Sony, Shawn Layden está preocupado com o futuro da indústria de videogames. Em uma conversa com Gordon Van Dyke, cofundador da publisher Raw Fury, na Gamescom Asia, o executivo afirmou que os custos dos jogos de primeira linha, hoje na casa das centenas de milhões de dólares, estão causando uma crise de criatividade que pode comprometer o ecossistemas de games como um todo.

"No passado, passávamos muito mais tempo olhando para os jogos e não perguntando 'qual é o seu esquema de monetização', ou 'qual é o seu plano de receita recorrente', ou 'qual é a sua fórmula de assinatura'? Fazíamos a pergunta simples: é divertido?", afirmou, segundo relato do site GamesIndustry.biz.

Segundo Layden, essa busca incessante por lucros astronômicos faz com que o mercado tenha uma aversão ainda maior a riscos. Como resultado temos uma infinidade de sequências e de títulos pouco criativos, que apenas tentam mimetizar as experiências e o sucesso de outros jogos.

"Os caras do departamento financeiro, que decidem as coisas, dizem: ‘Se o ‘Fortnite’ fez essa quantia de dinheiro nesse período de tempo, minha cópia de ‘Fortnite’ pode fazer tanto em tal período de tempo’", disse Layden. "Estamos vendo um colapso da criatividade nos jogos com a consolidação dos estúdios e o alto custo de produção."

"Se dependermos apenas dos ‘blockbusters’ para sustentar a indústria, isso é uma pena de morte", é a sombria conclusão do ex-executivo.

‘Concord’

Um dos exemplos da situação insustentável em que a indústria se encontra é o caso do jogo "Concord", lançado pela Sony em 23 de agosto para PlayStation 5 e PCs.

Em um ano de poucos grandes lançamentos, o game multiplayer de tiro desenvolvido pelo Firewalk Studios era uma das principais apostas da fabricante para 2024. Inclusive apareceu com destaque na transmissão online "State of Play", no fim de maio.

O game era um "hero shooter" (jogo de tiro com personagens com diferentes habilidades) semelhante a "Overwatch", mas com uma pegada espacial que lembrava "Guardiões da Galáxia". Ele ficou cerca de oito anos em desenvolvimento, teve um custo estimado superior a US$ 100 milhões e tinha a pretensão de se tornar uma franquia de longa vida no PlayStation.

Mesmo assim, o lançamento foi um completo fracasso. Com críticas à fórmula batida e ao elenco de personagens pouco carismáticos, o jogo nunca chegou a ter mais de 700 jogadores online simultaneamente na Steam —jogos de sucesso apenas mediano atingem dez vezes isso.

Duas semanas depois, a Sony decidiu tirar os servidores do game do ar, parou de vendê-lo e devolveu o dinheiro para os jogadores, que pagaram a partir de R$ 200 pelo jogo.

Esse foi um caso extremo, mas histórias semelhantes deixaram de ser raridade na indústria de games. Outro caso foi "Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça", da Rocksteady, lançado em fevereiro.

O game também tinha a pretensão de ser um jogo "live service" e era uma das principais apostas da Warner Games. Desenvolvido pela mesma equipe da série de sucesso "Batman: Arkham", o título se afastou das tradições do estúdio e acabou sendo bombardeado pela falta de originalidade e pelas microtransações —ainda que custasse o preço cheio de US$ 70 (R$ 350).

Indies

Em um cenário em que games topo de linha têm custos na casa das centenas de milhões de dólares e com o mercado saturado de jogos como serviço, Layden vê oportunidades para os desenvolvedores independentes, capazes de inovar mesmo em produções de baixo orçamento.

São casos de jogos como "Balatro", "Manor Lords" e "Animal Well", títulos de desenvolvedores pouco conhecidos, com baixo orçamento e lançados neste ano que conseguiram sucesso maior do que o imaginado até pelos próprios desenvolvedores.

De estilos bem diferentes —o primeiro é um jogo de cartas, o segundo, de estratégia e o terceiro, de plataforma—, eles têm em comum a capacidade de inovar dentro do seu gênero. Agradam não só velhos jogadores como atraem um novo público.

Em meio à situação difícil da indústria, há esperança para desenvolvedores brasileiros de games. Com custos baixos e muita criatividade, a indústria nacional pode aproveitar esse momento para ganhar destaque. A começar, pelo público nacional.

"Os games são um negócio global de US$ 250 bilhões, mas o número de jogadores não cresce no mesmo ritmo. Isso significa que estamos ganhando mais dinheiro das mesmas pessoas. Precisamos fazer mais pessoas jogarem", diz Layden. "Mais pessoas ao redor do mundo precisam estar no negócio ou na arte de fazer jogos. Façam para seus vizinhos. Façam para seus amigos. Façam para vocês mesmos."


Play

dica de game, novo ou antigo, para você testar

Lego Horizon Adventures

(PC, PlayStation 5, Switch)

A convite da Sony, eu e minha mulher fomos ao escritório da PlayStation em São Paulo para testar "Lego Horizon Adventures", com lançamento previsto para 14 de novembro. O motivo para o convite duplo foi o aspecto cooperativo do título, que adapta vários aspectos da série "Horizon" para uma jogabilidade mais simples e descomplicada. Com o humor infantil tradicional de outros jogos da marca Lego, o título funciona como uma ótima introdução aos jogos eletrônicos e à franquia de forma geral. Sucesso garantido para pais que estão à procura de um game para jogar com seus filhos ou para alguém que busca diversão sem compromisso.


Update

novidades, lançamentos, negócios e o que mais importa

  • A Bandai Namco está cancelando uma série de projetos e utilizando "salas de expulsão" para obrigar funcionários a pedirem demissão, afirmou a Bloomberg. A prática, utilizada por algumas empresas japonesas, consiste em transferir empregados para uma espécie de "geladeira", repartição em que eles não recebem nenhuma tarefa.
  • A empresa baseada em Tóquio negou à publicação que utilize essa estratégia. Segundo a Bandai Namco, "alguns funcionários podem precisar esperar um certo período antes de serem designados para o próximo projeto, mas repassamos atribuições conforme novos projetos surgem".
  • A Microsoft planeja permitir a partir de novembro que assinantes do Game Pass Ultimate acessem seus jogos por streaming, incluindo títulos que não estão no serviço de assinatura, afirmou o site The Verge citando fontes da empresa. O recurso é uma promessa de longa data da empresa, mas que nunca foi implementada.
  • Mais de 700 funcionários da Ubisoft na França aderiram à greve de três dias chamada pelo sindicato local contra uma regra que obriga o comparecimento aos escritórios da empresa em três dias por semana. O protesto recebeu apoio de funcionários da Ubisoft em Milão, que anunciaram paralisação de um dia.
  • A Remedy revelou detalhes do seu primeiro jogo multiplayer. Chamado de "FBC: Firebreak", o game será título de tiro cooperativo que funcionará como spin-off do game "Control". O título deverá ser disponibilizado desde o lançamento nos serviços de assinatura Xbox Game Pass e PlayStation Plus, com lançamento também para PC em 2025.
  • A chinesa NetEase anunciou que está desenvolvendo um game mobile da série "Destiny" em parceria com a Bungie. "Destiny: Rising" ainda não tem data prevista de lançamento, mas já é possível se inscrever no site do game para participar de testes fechados em novembro.
  • A PlayStation anunciou que "Marvel's Spider-Man 2" chegará aos PCs em 30 de janeiro de 2025. O game será vendido na Steam e na Epic Games Store e está sendo desenvolvido em parceria com a Nixxes Software, mesma empresa que fez a adaptação dos últimos jogos do Homem-Aranha para PCs.
  • A PlayStation está organizando um tour com concertos compostos por músicas de suas principais franquias, como "The Last of Us", "God of War" e "Horizon". Por enquanto a turnê "PlayStation: The Concert" só tem apresentações previstas para a Europa, em abril e maio de 2025, mas novas datas devem ser anunciadas no futuro.

Download

games que serão lançados nos próximos dias e promoções que valem a pena

23.out

"Rivals of Aether 2" (PC)

"Zero Sievert" (PC)

24.out

"Band Space" (Quest, PC VR)

"Blood on the Thames" (PC)

"Date Everything" (PC, PS 5, Xbox X/S, Switch)

"Flint: Treasure of Oblivion" (PC, PS 5, Xbox X/S)

"Prim" (PC)

"Puppet House" (PC, PS 5, Xbox X/S)

"Romancing Saga 2: Revenge of the Seven" (PC, PS 4/5, Switch)

"Slay the Princess: The Pristine Cut" (PC, PS 4/5, Xbox One/X/S)

"The Smurfs: Dreams" (PC, PS 4/5, Xbox One/X/S, Switch)

"Shin chan: Shiro and the Coal Town" (PC, Switch)

"Underground Garage" (PC)

"The World of Kungfu: Dragon and Eagle" (PC, Switch)

"Voidwrought" (PC, Switch)

25.out

"Banjo-Tooie"* (Switch)

"Barbie Project Friendship" (PC, PS 4/5, Xbox One/X/S)

"Call of Duty: Black Ops 6"** (PC, PS 4/5, Xbox One/X/S)

"Sonic x Shadow Generations" (PC, PS 4/5, Xbox One/X/S, Switch)

"Tower of Madness" (PC)

"Ys X: Nordics" (PC, PS 4/5, Switch)

28.out

"Ascending Inferno" (PC)

"Sulfur" (PC)

29.out

"Eve Galaxy Conquest" (Android, iOS)

"Life is Strange: Double Exposure" (PC, PS 5, Xbox X/S)

"Monster High: Skulltimate Secrets" (PC, PS 4/5, Xbox One/X/S, Switch)

"Post Trauma" (PC, PS 5, Xbox X/S)

"Red Dead Redemption" (PC)

*Disponível no Nintendo Switch Online

**Disponível no Xbox Game Pass

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