Dependência de maconha está ligada a maior risco de morte, diz estudo

há 2 meses 6

Pacientes de hospital e pronto-socorro diagnosticados com transtorno por uso de cannabis —definido como a incapacidade de parar de usar maconha mesmo quando a droga está causando problemas de saúde e sociais— morreram a uma taxa quase três vezes maior do que indivíduos sem o transtorno nos cinco anos seguintes, de acordo com um estudo publicado nesta quinta-feira (6), o maior sobre o assunto.

Publicado na revista científica Jama Network Open, o estudo mostra ainda que pacientes com transtorno por uso de cannabis apresentaram vezes mais chances de morrer por suicídio do que a população em geral. Eles também eram mais propensos a morrer por trauma, drogas e câncer de pulmão.

Esses números sugerem que os riscos do transtorno por uso de maconha representam metade dos perigos do vício em opioides e que essa condição é ligeiramente menos perigosa do que a dependência em álcool, disseram os pesquisadores.

Um segundo relatório, publicado na terça-feira, mostrou que mais casos de esquizofrenia e psicose no Canadá foram ligados ao transtorno por uso de maconha desde que a droga foi legalizada.

Pesquisas recentes sugerem que 3 em cada 10 usuários de maconha desenvolverão o transtorno. Assim como ocorre com o álcool, contudo, muitas pessoas consomem maconha recreativamente sem efeitos adversos ou dependência.

Os pesquisadores aproveitaram dados de Ontário sobre a passagem de milhões de canadenses pelo sistema de saúde do governo, que cobre 97% da população.

A partir dos registros, os cientistas do estudo publicado na Jama identificaram 106.994 pessoas que foram diagnosticadas com transtorno por uso de maconha após hospitalização ou atendimento nos serviços de emergência entre 2006 e 2021.

The researchers linked the records with vital statistics records and found that 3.5% of them died within five years of treatment for the disorder. In a matched comparison group of people of the same age and sex, the death rate was 0.6%.

Os pesquisadores vincularam esses dados a estatísticas vitais e descobriram que 3,5% daqueles pacientes morreram em até cinco anos após o atendimento. Em uma comparação com um grupo de pessoas da mesma idade e sexo, a taxa de mortalidade observada foi de 0,6%.

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Os autores então fizeram ajustes para levar em conta outros fatores de risco que podem ter contribuído para as mortes, incluindo transtornos de saúde mental, uso de outras substâncias e condições como doenças cardíacas e câncer.

Ainda assim, os pesquisadores concluíram que pacientes com transtorno por uso de maconha tinham um risco de morte 2,8 vezes maior que a população em geral. E o risco era ainda maior em jovens adultos com idade entre 25 e 44 anos.

Daniel Myran, professor assistente de medicina familiar na Universidade de Ottawa e primeiro autor do estudo, afirma que esses são impactos provavelmente subestimados do consumo de maconha.

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