A Inteligência Artificial, o aprendizado das máquinas, se dá pelo acesso das plataformas digitais à informação de todos os hábitos de consumo, demografia, geolocalização, contatos, interesses e pesquisas realizadas nos diversos aplicativos pelos usuários.
O descomunal banco de dados, com quatrilhões de informações reunidas há quase duas décadas, é a base a partir da qual o algoritmo —aquele sujeito oculto responsável por definir todo o fluxo de informação— é treinado para identificar padrões de comportamento, ideologias, desejos, interesses etc. É uma aprendizagem por processo de acerto e erro por meio do qual o algoritmo prevê como os usuários respondem ao conteúdo. A previsibilidade é baseada em modelos estatísticos.
O algoritmo aprende e atua seguindo a programação que tem objetivos precisos. As grandes plataformas que controlam todo o conhecimento acumulado nos bancos de dados definem que o algoritmo deve agir para atender o modelo de negócio das empresas: estimular que o usuário fique mais tempo na tela e que conquiste mais audiência, isso é igual a monetização.
Não se pode esperar autorregulação —moderação de conteúdo, interferir na distribuição dos conteúdos, se isso significa menos engajamento e menos tempo de tela.
O algoritmo aprendeu que o engajamento e a viralização são maiores quando disseminam teorias conspiratórias, radicalizações, violência, palavras e imagens com impacto emocional imediato no usuário. Claro, também há interesse por vídeos de gatinhos.
As redes sociais são o passo inicial —a ameba— da revolução digital da Inteligência Artificial. Elas utilizam o aprendizado da viralização e do engajamento, mas ainda precisam da produção inicial de conteúdo, por alguém, para ser automatizado por robôs.