Incertezas no Brasil fizeram comunicado ser mais duro. É o que diz Marcos Moreira, CFA e sócio da WMS Capital. "Dado todo o aumento das incertezas que nós tivemos no cenário doméstico ao longo das últimas semanas, o cenário base nosso se mantém, nós não vemos com clareza um aumento na taxa de juros, mas em linha com o comunicado que os juros devem permanecer em patamares mais restritivos e por mais tempo"
Para Leonardo Costa, economista do ASA, comunicado veio mais brando do que o esperado. Havia especulações de que o comitê poderia sinalizar um aumento na taxa de juros em reuniões futuras, o que não aconteceu.
Tom do comunicado foi parecido com o anterior, para Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter. Ela diz que o colegiado manteve um tom de cautela, sinalizando uma deterioração nas expectativas de inflação. "Em geral o comunicado foi semelhante e indica que deve manter a Selic por um patamar restritivo mais prolongado. para convergir para a meta", afirma Vitória.
Copom inclui um novo risco de alta da inflação. Helena Veronese, economista-chefe B.Side Investimentos, afirma que a novidade o acréscimo de políticas econômicas internas e externas com impacto inflacionário, "por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais elevada". Para Veronese, o comunicado trouxe um tom mais duro do que o anterior.
Impactos dos juros na economia
A Selic é chamada de taxa "básica" de juros. Isto porque serve como referência para outros juros do mercado, como os cobrados em empréstimos e financiamentos. Juros menores deixam o crédito mais barato, favorecendo o consumo; quando estão mais altos, o efeito é o contrário.