Apesar da forte repercussão nas redes sociais e em veículos de imprensa, o primeiro debate entre os 5 candidatos à prefeitura de São Paulo mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de votos, realizado pela TV Bandeirantes na última quinta-feira (9), terá efeito limitado sobre a decisão dos eleitores para a corrida às urnas de outubro, na avaliação do cientista político Ricardo Ribeiro, das consultorias MCM e LCA.
“O debate certamente terá pouco efeito sobre decisão de voto. Poderia ter um impacto maior se a campanha já tivesse começado. Mas a campanha oficial só começa em 16 agosto. No rádio e televisão, em 30 de agosto. Os candidatos podem usar as redes sociais, mas com a campanha ainda fria e o eleitor desligado da eleição, efeito deve ser pequeno”, avaliou.
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Para o especialista, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) foi “vidraça” no encontro, recebendo ataques de todos os adversários e sendo o oponente preferido dos candidatos nos confrontos diretos. O que pode ser natural para um incumbente que tenta a reeleição e que é potencializado por uma possível percepção de força da candidatura.
“Chamou atenção o fato de Ricardo Nunes ser o principal alvo de quase todos os demais candidatos. Sinal de força do prefeito, que hoje parece o favorito”, observou o analista.
“Mas os ataques a Nunes mostram seus telhados de vidro. O principal são as carências da gestão de Nunes, em parte decorrentes da enorme dificuldade de administrar São Paulo. Não é por acaso que prefeitos têm dificuldade de se reeleger na cidade”, completou.
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Na leitura de Ricardo Ribeiro, o coach Pablo Marçal (PRTB) e o apresentador José Luiz Datena (PSDB) adotaram a postura de “franco-atiradores” no debate, com o primeiro adotando posição mais agressiva contra seus adversários. Mas também destacou a ofensiva da deputada federal Tabata Amaral (PSB) sobre Nunes.
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Em relação ao deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), o cientista político apontou boa oratória e exploração de dados. As citações à vice Marta Suplicy (PT) foram um destaque na estratégia do parlamentar, com a ex-prefeita aparecendo mais do que o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Surpreendeu ele quase não ter mencionado Lula. Parece que a estratégia de campanha para ganhar voto na periferia será usar mais Marta que o Lula. A conferir quando a campanha começar”, salientou.