Datafolha: veja avaliação de Lula após 2 anos por diferentes segmentos do país

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O presidente Lula (PT), que registra avaliação estável ao concluir dois anos de mandato, continua tendo dificuldades para diminuir sua rejeição entre o eleitorado masculino, branco, evangélico e mais rico, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira (17).

Apesar de os patamares nestes segmentos continuarem semelhantes, oscilando dentro de suas margens de erro, os números do petista na metade de sua terceira passagem pelo Palácio do Planalto seguem preocupantes para quem busca uma reeleição em 2026.

Da mesma forma, é possível ver a manutenção de indicadores melhores entre grupos como os de mulheres, católicos, mais pobres e pretos —nos dois últimos, o mandatário tem sua menor taxa de ruim ou péssimo numericamente.

Nos dados gerais, o governo é aprovado e desaprovado igualmente pela população: 35% o consideram ótimo ou bom, ante 34% que o avaliam como ruim ou péssimo. Outros 29% veem a gestão como regular, e 1% diz não saber.

A pesquisa Datafolha foi realizada nos dias 12 e 13 de dezembro e ouviu presencialmente 2.002 eleitores em 113 cidades do país. A margem de erro nos dados gerais é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, mas varia conforme o segmento verificado.

Confira a avaliação de governo de Lula, dividida por segmentos do eleitorado:

Gênero

Uma tendência negativa na avaliação de governo do presidente entre os homens está aparecendo desde agosto, quando Lula registrou 34% de opiniões ruins ou péssimas. O índice oscilou para 37% e, agora, para 40% dos eleitores.

Enquanto isso, os números bons ou ótimos seguem estacionados. São 33% agora, ante 34% em outubro e os mesmos 33% em agosto. Os que consideram regular são 26%, contra 27% e 31%, respectivamente.

Entre as mulheres, a tendência é mais estável, sem perdas para o petista. Os números registrados nesta pesquisa são os mesmos de dois meses atrás: 38% de bom ou ótimo, 31% de regular e 29% de ruim ou péssimo.

A margem de erro tanto para o eleitorado masculino quanto para o feminino é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Religião

Outro recorte em que Lula marca índices opostos a depender do segmento é o de religião. Entre católicos, o petista não tem os melhores dados da série, mas registra mais números positivos. Entre evangélicos, a situação segue ruim para ele.

São 42% os católicos que avaliam como ótima ou boa a terceira administração de Lula, mesmo patamar da pesquisa de outubro. Já 30% a avaliam como ruim ou péssima, contra 28% dois meses atrás, e 27%, como regular, em movimentos apenas de oscilação.

Já entre os evangélicos, grupo mais próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e refratário a Lula e a outras lideranças do PT, 43% caracterizam a gestão como ruim ou péssima. É o segundo pior número da série, empatado na margem de erro para junho deste ano, quando ficou em 44%.

Nesse grupo, são 26% os que consideram o governo bom ou ótimo, e 29%, como regular.

As margens de erro são de três pontos percentuais para os eleitores católicos, e de cinco pontos percentuais para os evangélicos.

Renda

Lula mantém melhores dados entre o eleitorado mais pobre, ao qual mais apela em seus discursos e em toda a sua carreira política. Entre os que declararam receber até dois salários mínimos mensais, chega a 44% de bom ou ótimo, ante 24% de ruim ou péssimo e 30% de regular.

Esse padrão não é mantido entre os com renda média ou alta. Entre os com proventos de dois a cinco salários mínimos, o mandatário marca 26% de opiniões positivas, numericamente a pior das medições até aqui.

São 31% os que avaliam o governo como regular, e 42% os que o consideram ruim ou péssimo, também o maior número no segmento.

Entre os mais ricos, auferidos aqui como os quem ganham mais de cinco salários mínimos, o presidente marca 27% de avaliação ótima ou boa, ante 24% de opinião regular e 49% de ruim ou péssima.

Vale ressaltar que os números não são diretamente comparáveis com os dados de períodos anteriores, já que o Datafolha dividia os eleitores em mais grupos de renda.

Vale citar, porém, que, entre aqueles com proventos de cinco a dez salários mínimos, o presidente marcava 28% de avaliações ótimas ou boas, os mesmos 28% de regular e 43% de ruim/péssimo. Já entre os com proventos acima de dez mínimos, eram 26% de ótimo ou bom, 26% de regular e 48% de ruim ou péssimo.

As margens de erro para estes segmentos são de três pontos percentuais para mais ou para menos entre as pessoas com até dois salários mínimos, quatro pontos para quem recebe entre dois e cinco salários e de seis pontos para os que ganham acima de cinco salários.

Critério étnico-racial

A tendência negativa na avaliação de Lula entre os eleitores brancos se mostrou consolidada neste novo levantamento do Datafolha. São 44% os que avaliam o governo como ruim ou péssimo, maior patamar da série nesse segmento. O menor número registrado foi em junho de 2023, com 31% de opiniões negativas.

Da mesma forma, as opiniões positivas chegaram ao menor patamar do terceiro mandato entre esse eleitorado: 29% avaliam o petista como ótimo ou bom. Outros 26% afirmaram que a administração é regular.

Entre as pessoas pardas, os números mantêm-se na mesma faixa, apesar da série de oscilações nas pesquisas recentes. São 36% de ótimo ou bom, 31% de ruim ou péssimo e 32% de regular.

Já entre pessoas pretas, os dados sinalizam para um respiro de Lula depois de algumas oscilações. A avaliação bom/ótimo alcança 44% do segmento, segundo maior patamar desde a posse, perdendo apenas para dezembro passado.

Outros 24% consideram a gestão ruim ou péssima, e 30% a avaliam como regular.

As margens de erro entre esses grupos são de quatro pontos percentuais entre eleitores brancos, três entre pardos e cinco entre pretos.

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