Crédito imobiliário surpreende em 2024, mas deve recuar com juros altos

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Entre os motivos que justificam o aumento na concessão de crédito no último ano estão o crescimento da economia brasileira acima do esperado, com avanço do emprego e da renda da população, alimentando a demanda pela aquisição da casa própria.

"O mercado imobiliário esteve bastante saudável em 2024, com crescimento dos lançamentos e das vendas de imóveis. Houve uma absorção relevante", afirmou o presidente da Abecip, Sandro Gamba, em entrevista coletiva.

Já nos últimos meses de 2024, houve uma mudança relevante no cenário da economia, marcada pela alta da taxa básica de juros (Selic), bem como dos contratos futuros de juros. Esse quadro levou os bancos a iniciarem movimentos de subida nas taxas de juros do crédito imobiliário na virada de ano, o que deve esfriar o mercado nos próximos meses.

Líder no setor, a Caixa Econômica Federal ampliou os juros dos financiamentos habitacionais no início de janeiro. Antes, eles estavam na faixa de 9% a 10% ao ano. Agora, estão na ordem de 11% a 12%, patamar equivalente ao dos bancos privados, como Itaú Unibanco, Santander e Bradesco.

Se o quadro de juros no país continuar ascendente, os bancos podem ser pressionados a implementar novos ajustes nas taxas nos próximos meses, afetando ainda mais as perspectivas de financiamento imobiliário no ano, disse Gamba.

O presidente da Abecip citou que a concessão de financiamentos em janeiro seguiu aquecida, sem sofrer os efeitos dos aumentos de juros. Isso porque os contratos fechados neste mês já vinham sendo negociados antes do reajuste das taxas. "O efeito da alta dos juros não é imediato. O impacto deve vir nos próximos meses", comentou.

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