Cortella: Tirar celular dos alunos não pode ficar só a cargo do professor

há 18 horas 2

Os alunos das escolas de ensino fundamental e médio não poderão usar telefones celulares dentro dos estabelecimentos de educação, após a aprovação de uma lei pelo Senado nesta quarta-feira (18), em meio a alertas sobre os efeitos nocivos das telas na saúde e no aprendizado dos jovens. A lei deve ser sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na tarde hoje, em um evento no Palácio do Planalto.

Mais da metade dos adolescentes brasileiros entre 10 e 13 anos possui um telefone celular, proporção que sobe para 87,6% entre aqueles de 14 a 17 anos. Segundo dados do Comitê Gestor da Internet, quase dois terços das escolas no país já restringem, por decisão própria, o uso de dispositivos móveis, enquanto apenas 28% os proíbem totalmente.

Ao Canal UOL, Cortella disse que o tema não será fácil e deve trazer embates, mas ressaltou que a discussão é necessária.

Todo uso que for distrativo, ou seja, que desconecta da atenção necessária, ele precisa ter a sua restrição. Nesse sentido, eu sou completamente favorável para um ordenamento e um disciplinamento. Não é fácil. Trará muitos embates e dificuldades, mas será necessário, porque ele está trazendo muitos prejuízos em relação ao aprendizado.

Embora seja um tema importante e necessário. É preciso uma formação concomitamente de educação para que o jovem entenda que ausentar-se do celular, ainda que momentaneamente, fará bem a ela, isto é, vai fazer com que ela ganhe outros modos de prazer e conhecimento. Se não der certo terá de fazer outras formas de autoridade.

Mas ninguém entende que a lei sancionada por Lula será a solução. Isso é a parte do caminho. Existem outros, como a importância da escola em fazer projetos com a família, de utilização mais adequada da tecnologia. Portanto, é um conjunto muito mais completo. De nada adianta colocarmos as crianças fora desse mundo. Mário Sérgio Cortella, escritor e filósofo

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