O serviço postal de Hong Kong anunciou na quarta-feira (16) que deixará de enviar pacotes para os Estados Unidos em resposta aos "abusivos" aumentos tarifários do presidente Donald Trump.
Além de impor tarifas aduaneiras de 145% para produtos chineses, Trump também suspendeu este mês a isenção tarifária para pequenos pacotes postais provenientes do gigante asiático.
O Hongkong Post disse que "de forma alguma arrecadará (...) tarifas para os Estados Unidos e suspenderá a recepção de artigos postais com bens destinados aos Estados Unidos".
Os envios de correio terrestre serão interrompidos com efeito imediato e os de correio aéreo serão válidos a partir de 27 de abril, acrescentou.
Até agora, os bens com valor de até US$ 800 (R$ 4.712,72) estavam isentos de pagar impostos ao acessar o mercado americano, uma cláusula aproveitada por plataformas de comércio online de origem chinesa como Shein e Temu.
A China não ficou de braços cruzados diante da ofensiva tarifária de Trump e replicou com impostos de 125% para as importações americanas.
Hong Kong, um porto franco com sua própria política comercial, não seguiu o exemplo de Pequim e não impôs tarifas de retaliação.
"Os Estados Unidos são irracionais, abusivos e impõem tarifas abusivas", afirmou Hongkong Post. "Para enviar artigos para os Estados Unidos, o público em Hong Kong deve estar preparado para pagar preços exorbitantes e irracionais".
O serviço postal especificou que os envios que contenham apenas documentos não serão afetados pela suspensão.