O corregedor da Justiça Federal Luis Felipe Salomão, que também é o vice-presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), determinou a retirada do carro blindado e da segurança pessoal do juiz federal afastado Marcelo Bretas, que foi responsável pelos processos da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro.
O fundamento para a determinação é que Bretas assinou um termo de compromisso, comum nesse tipo de situação, de não se expor. No entanto, o juiz afastado vinha publicando fotos em suas redes sociais de idas a estádio de futebol, academia, e de palestras que participaria.
A decisão de Salomão foi de acordo com uma manifestação da Polícia Federal, que considerou o risco à segurança de Bretas baixo, já que ele não está exercendo as suas atividades de magistrado.
O processo está em sigilo, e a informação foi publicada inicialmente pelo site Metrópoles e confirmada pela Folha.
A análise sobre o carro blindado e a escolta de Bretas e de outros magistrados começou há alguns meses, quando a corregedoria passou a monitorar essas situações nos tribunais federais para saber se havia excesso ou abuso.
Em nota publicada em suas redes sociais, Bretas afirmou que "não é verdade que apenas agora a Justiça Federal tenha deixado de cuidar da minha segurança pessoal". "Desde 04/11/24 o TRF-2 [Tribunal Regional Federal da 2ª Região, sediado no Rio] entendeu ser a mesma desnecessária", afirmou.
"Por fim, observo que o vazamento irresponsável dessa informação, que deveria ser sigilosa, é apenas mais uma tentativa de fustigar um Juiz que ousou exercer com independência a sua função."
Bretas foi afastado do seu cargo em fevereiro do ano passado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), e responde a um processo disciplinar administrativo.