Copom promete um ajuste de menor magnitude na próxima reunião, em maio. No comunicado divulgado, o comitê afirmou que, diante da persistência de um cenário adverso para a convergência da inflação, da elevada incerteza e das defasagens do ciclo de aperto monetário em curso, antecipa um ajuste menos intenso no próximo encontro, caso o cenário esperado se confirme.
Para além da próxima reunião, o Comitê fala sobre compromisso com a meta de inflação. A instituição destacou que a magnitude total do ciclo de alta dos juros será determinada pelo compromisso com a convergência da inflação e dependerá da evolução dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária. Entre os fatores que serão monitorados, estão as projeções de inflação, as expectativas do mercado, o hiato do produto e o balanço de riscos.
Economia aquecida e inflação de serviços são citadas. Entre os fatores de risco para o cenário inflacionário, de acordo com o Copom, destacam-se a possibilidade de uma desancoragem prolongada das expectativas e uma maior resiliência da inflação de serviços, impulsionada por um hiato do produto mais positivo.
Inflação deve superar o teto da meta. A projeção do IPCA está acima do limite definido pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), cuja margem de tolerância varia entre 1,5% e 4,5%. O BC deverá justificar o descumprimento da meta caso o índice continue fora do intervalo por seis meses consecutivos.
A projeção para o IPCA de março é de 0,56%. Se esse número se confirmar, a inflação terá desacelerado em relação a fevereiro, quando o aumento dos preços foi impulsionado pela alta na conta de luz. Já em janeiro, o chamado "bônus Itaipu" ajudou a reduzir a tarifa de energia, graças à distribuição de um saldo positivo da hidrelétrica.
O que é a taxa Selic
A taxa Selic é definida pelo Copom. A taxa básica de juros é o principal instrumento que o BC tem para tentar controlar a inflação.