Isso vai preparar o cenário para uma explosão complexa chamada de supernova do tipo 1a, que nesse caso envolve uma detonação quádrupla.
"As anãs brancas são compostas de camadas, como uma cebola. Sua camada interna é um núcleo de carbono e oxigênio, cercado por uma camada de hélio e, finalmente, por uma camada de hidrogênio", disse Pelisoli.
"A estrela menos massiva transferirá massa para a massiva quando elas começarem a interagir. Isso fará com que a camada de hélio (da mais pesada) se torne muito maciça, provocando uma explosão. Isso então desencadeia uma segunda explosão no núcleo de carbono-oxigênio. A onda de choque dessas explosões, por sua vez, desencadeia uma terceira explosão na camada de hélio remanescente da companheira, o que desencadeia uma quarta explosão em seu núcleo de carbono-oxigênio", acrescentou Pelisoli.
Espera-se que essa detonação quádrupla leve cerca de quatro segundos, do início ao fim. Mas ela não ocorrerá tão cedo.
Os pesquisadores calculam que ela ocorrerá daqui a aproximadamente 22,6 bilhões de anos — o universo tem cerca de 13,8 bilhões de anos. Quando a explosão ocorrer, ela parecerá, da perspectiva da Terra, cerca de 10 vezes mais brilhante do que a lua no céu noturno — se a Terra, agora com cerca de 4,5 bilhões de anos, ainda existir.
Essa é a primeira vez que um sistema binário que aparentemente se encaminha para esse destino é identificado. Se as duas anãs brancas estivessem distantes o suficiente para que a mais pesada não sugasse o material da mais leve, elas poderiam sobreviver em paz perpétua.