Como Fernanda Torres se tornou uma das atrizes brasileiras mais reconhecidas no exterior

há 1 dia 2

Na noite de domingo (5), Fernanda Torres se tornou a primeira brasileira a ganhar o prêmio de melhor atriz de drama no Globo de Ouro, por sua atuação em "Ainda Estou Aqui".

No filme, baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, ela interpreta a advogada Eunice Paiva, uma mulher que precisou lidar com o sequestro e o assassinato de seu marido –o ex-deputado Rubens Paiva– no período da ditadura militar (1964-1985).

A conquista do Globo de Ouro consolida Torres, de 59 anos, como uma das atrizes brasileiras mais influentes e importantes de sua geração.

Nascida em 1965, ela é filha de dois outros grandes nomes da dramaturgia do país: Fernanda Montenegro e Fernando Torres.

Toda sua vida, aliás, está mergulhada no universo audiovisual: seu irmão mais velho, Claudio Torres, trabalha como diretor, roteirista e produtor, e ela é casada desde 1997 com o diretor Andrucha Waddington.

A estreia de Torres na dramaturgia aconteceu no teatro, em 1978.

No ano seguinte, ela também passou a fazer projetos na televisão, como novelas e minisséries.

No início dos anos 2000, a atriz ganhou grande destaque popular ao protagonizar a série cômica "Os Normais", ao lado de Luiz Fernando Guimarães.

Alguns anos depois, a partir de 2011, outro seriado de comédia encabeçado por ela e Andrea Beltrão –"Tapas & Beijos"– foi sucesso de crítica e de audiência.

Nessa mesma época, Torres também estreou na literatura. O primeiro romance dela, intitulado "Fim", foi publicado em 2013.

Quatro anos depois, em 2017, ela lançou "A Glória e Seu Cortejo de Horrores".

Torres ganhou diversos prêmios ao longo da carreira.

Em 1986, ela recebeu a Palma de Ouro do Festival de Cannes por sua atuação em "Eu Sei que Vou Te Amar", de Arnaldo Jabor.

Ao interpretar Eunice Paiva em "Ainda Estou Aqui", ela levou o troféu de melhor atriz de drama no Globo de Ouro –e está entre as cotadas a finalista no Oscar, cuja lista será divulgada no dia 17 de janeiro.

Além de Torres, outros nomes de mulheres da dramaturgia brasileira receberam indicações e prêmios ao longo das últimas décadas.

O nome mais conhecido talvez seja o da própria mãe dela: Fernanda Montenegro foi indicada ao prêmio de melhor atriz no Globo de Ouro no Oscar de 1999, por seu trabalho em "Central do Brasil".

Em 1998, ela ganhou o troféu de melhor atriz pelo mesmo filme no Festival de Berlim, na Alemanha.

Montenegro ainda venceu o Emmy Internacional em 2013, por seu papel no telefilme "Doce de Mãe".

Outro nome bastante conhecido no exterior é o de Sônia Braga.

Ela tem no currículo uma indicação ao prêmio de melhor atriz estreante do Bafta, do Reino Unido, por "Dona Flor e Seus Dois Maridos" (1881) e foi três vezes finalista do Globo de Ouro por "O Beijo da Mulher Aranha" (1986), "Luar Sobre Parador" (1989) e "Amazônia em Chamas" (1995).

A brasileira Florinda Bolkan, que fez carreira na Itália, ganhou três prêmios David di Donatello e foi finalista de premiações oferecidas por associações de críticos de cinema de Nova York e Los Angeles, nos Estados Unidos.

Marcélia Cartaxo e Ana Beatriz Nogueira conquistaram o Urso de Prata de melhor atriz do Festival de Cinema de Berlim por atuações em "A Hora da Estrela" (1986) e Vera (1987), respectivamente.

Já Sandra Regina Corveloni ganhou o prêmio de melhor atriz do Festival de Cannes em 2008 por sua participação no longa "Linha de Passe".

Leia o artigo completo