Com 'Forza' no PlayStation, Xbox acelera em direção a futuro sem jogos exclusivos

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Em meio ao anúncio de quedas nas vendas de consoles e jogos, a Xbox deu novos indícios de que deverá acelerar a transição para um futuro em que não terá mais jogos exclusivos para as suas plataformas.

A empresa já indicava esse movimento, ainda que só no discurso, pelo menos desde a época da aquisição da Activision Blizzard. A Microsoft argumentava, por exemplo, que não teria interesse em transformar a série "Call of Duty" em um produto exclusivo dos consoles Xbox. A afirmação, porém, era recebida com certo ceticismo, principalmente pela Sony, sua principal concorrente no mercado de consoles.

Mas não se tratavam de palavras vazias. Em outubro, a empresa lançou o novo "Call of Duty Black Ops 6" simultaneamente em suas plataformas e nos consoles PlayStation 5. Agora, foi além, e anunciou que "Forza Horizon 5", uma de suas principais franquias exclusivas, chegará aos consoles da Sony ainda neste ano.

Criada originalmente para concorrer com "Gran Turismo", a bem-sucedida série de jogos de corrida era considerada um dos fatores capazes de mudar a opinião dos consumidores sobre qual console comprar. O lançamento para PlayStation, portanto, é um divisor de águas para a forma como a Microsoft lida com suas propriedades intelectuais.

"Não há razão para eu colocar uma cerca em volta de qualquer jogo e dizer que este jogo não irá para um lugar onde encontraria jogadores, onde teria sucesso comercial para nós", afirmou Phil Spencer, chefe da divisão de games da Microsoft, em entrevista ao jornalista Destin Legarie.

A resposta foi em relação à possibilidade de "Starfield", lançado em 2023 como título exclusivo para Xbox, chegar às plataformas concorrentes, mas, principalmente após a decisão sobre "Forza", pode valer para qualquer título da Microsoft.

"DOOM: The Dark Ages", "The Outer Worlds 2" e "Ninja Gaiden 4" são alguns dos futuros lançamentos da empresa que também terão versões para PlayStation. Com isso, não é mais inimaginável que séries ícones da marca Xbox, como "Gears of War" e "Halo", também façam em breve sua estreia na concorrência.

As razões dessa mudança de estratégia podem ser entendidas a partir da análise do balanço publicado pela Microsoft no último dia 29. A receita da empresa de outubro a dezembro de 2024 com games caiu 7% em relação ao ano anterior. Culpa principalmente da venda de hardwares, com uma impressionante queda de 29%.

Por outro lado, a arrecadação com "conteúdo e serviços" —incluindo as assinaturas do Xbox Game Pass— teve um crescimento de 2%, acima do esperado. A empresa atribui o resultado principalmente a "Call of Duty Black Ops 6" e "Indiana Jones e o Grande Círculo", ambos lançados no serviço nesse período —o segundo chegou à marca de 4 milhões de jogadores.

O último trimestre não é um ponto fora da curva. O mau desempenho da Xbox no mercado de consoles já vem de algum tempo e não deve mudar tão cedo. A própria Microsoft afirma que, apesar de ter expectativa de crescimento tímido na arrecadação com games no próximo trimestre, a venda de hardwares deve continuar caindo.

Dessa forma, com uma base instalada de consoles pequena e sem perspectiva de crescimento acelerado, manter a exclusividade dos lançamentos no Xbox apenas faria a própria empresa sofrer com mais prejuízos na venda de games.

A grande aposta da Microsoft é no Xbox Game Pass. Algo previsível para uma empresa que fez fortuna com a venda de licenças para seu sistema operacional Windows, e não fabricando hardwares. Visto dessa forma, a estratégia atual é até conservadora, bem menos revolucionária do que parece.

Isso significa que a Microsoft vai seguir o caminho da Sega e abandonar o mercado de consoles totalmente, tornando-se somente uma publicadora? Não há dúvida de que o hardware deixou de ser o ponto central da estratégia de games da empresa, mas Phil Spencer dá a entender que ela não desistiu desse nicho.

"Eu adoro quando vejo consoles portáteis, quando vejo coisas únicas que os fabricantes de hardware fazem. E eu quero que nosso hardware seja competitivo... Então, vamos continuar inovando com nossa plataforma, tanto em serviços quanto no trabalho de hardware que estamos fazendo... Acho que essa é a nossa identidade daqui para frente, e isso está funcionando para nós agora", afirmou.

Play

dica de game, novo ou antigo, para você testar

Mark of the Deep

(PC)

Jogos "soulslike", "metroidvania" ou que utilizam perspectiva isométrica são muito comuns. O mérito do estúdio brasileiro Mad Mimic em "Mark of the Deep" é misturar todos esses aspectos para criar um título único. Os chefões com várias fases, o cenário interconectado e a ausência de um mapa lembram "DarkSouls". Já o sistema de desbloqueio de melhorias e poderes lembra metroidvanias como "Hollow Knight". A perspectiva isométrica, similar à de "Hades", dá o toque final de originalidade ao game. Um título que vale a pena jogar para ver do que a indústria brasileira de games é capaz.

O jornalista recebeu uma cópia do jogo com acesso antecipado para teste.

Update

novidades, lançamentos, negócios e o que mais importa

Hideaki Nishino, que vinha dividindo com Hermen Hulst desde maio o posto de CEO da Sony Interactive Entertainment (que controla a marca PlayStation), foi nomeado o único diretor-executivo. Hulst, que na divisão do cargo comandava os estúdios PlayStation e iniciativas relacionadas a games em outros meios, continuará com a mesma função, mas agora reportando-se a Nishino.

A PlayStation retirou a obrigatoriedade de ter uma conta PSN de alguns títulos de um jogador para PC. Quem concordar em usar uma conta para acessar "Marvel’s Spider-Man 2", "God of War Ragnarök", "The Last of Us Part II Remastered" e "Horizon Zero Dawn Remastered" receberá em troca itens cosméticos.

Funcionários da Activision Blizzard estão sendo atacados individualmente nas redes sociais por defenderem políticas de inclusão na empresa. O tester sênior Sam Hudson afirmou em postagem no LinkedIn que mensagens dele e de diversos outros colegas no chat da empresa foram vazadas por outro funcionário para um influenciador de extrema-direita que divulgou as informações na internet.

Em mais um esforço para cortar custos, a Ubisoft fechou seu estúdio em Leamington (no Reino Unido) e realizou demissões em outros três estúdios na Inglaterra, Alemanha e Suécia. Ao todo, foram cortadas 185 vagas de trabalho nessa rodada de demissões.

O número de downloads de jogos para dispositivos móveis caiu 6% em todo o mundo ao longo de 2024, mesmo assim, a receita gerada pelos games mobile subiu 4%, chegando a US$ 80,9 bilhões, afirmou o levantamento State of Mobile 2025, da plataforma Sensor Tower. No Brasil, o movimento foi semelhante, com queda de 13% no número de downloads, mas crescimento de 6% da receita gerada.

A VGHF (Video Game History Foundation) inaugurou uma biblioteca virtual com publicações raras, documentos e conteúdos de bastidores sobre a indústria de videogames. A coleção ainda não foi totalmente digitalizada, mas vários itens já estão disponíveis para visualização no arquivo digital da biblioteca.

Elliot Page, protagonista do jogo "Beyond: Two Souls", lançado em 2013, comprou os direitos para adaptar o game para a TV. Segundo o site Deadline, o projeto da série está em início de desenvolvimento e deverá explorar a narrativa não linear presente no game.

A Warner Bros. anunciou que o jogo de luta gratuito "MultiVersus" será retirado do ar em 30 de maio. As transações em dinheiro foram desabilitadas. No fim do ano passado, a empresa já havia afirmado que o game, lançado em maio do ano passado, não vinha obtendo os resultados esperados.

Em meio a mudanças na estratégia da Netflix para games, ao menos seis jogos que haviam sido anunciados para a plataforma não chegarão mais para os assinantes. Segundo o site What's on Netflix, jogos como "Tales of the Shire" e "Don’t Starve Together" estão na lista de títulos cortados.

Em comemoração aos 25 anos da série "The Sims", a Electronic Arts está relançando os dois primeiros jogos da franquia: "The Sims" e "The Sims 2". Os jogos podem ser adquiridos separados ou em um pacote com preço especial.

A plataforma indiana de streaming Loco fez sua estreia oficial no Brasil no último dia 27. Buscando competir com a americana Twitch no mercado de streaming de games, a empresa conta com parcerias com jogadores profissionais e criadores de conteúdo como Nobru, Cerol, Paulinho o Loko e Piuzinho, entre outros.