Para o DNA do Brasil, resolvemos focar em diversidade. Nessa segunda fase do projeto, há um esforço para ter subpopulações de diferentes regiões do país. Na primeira fase, nesses primeiros 3 mil genomas, dependendo da região, você vai ter mais frações de populações com maior ancestralidade genética africana, ou indígena, ou europeia.
Queremos conhecer e saber como é a população brasileira como um todo. Por isso, agora estamos observando gente do Sul, do Centro-Oeste, do Norte, do Nordeste, populações quilombolas, populações ribeirinhas, a fim de focar na caracterização da nossa diversidade.
No início do projeto, o DNA do Brasil queria: incluir o Brasil no mapa dos estudos genômicos realizados no mundo e aumentar a representatividade da nossa população; identificar variações genéticas relacionadas às características de saúde da população; e estudar a nossa identidade, detectando componentes genéticos de nativos americanos, ameríndios e africanos para entender melhor a nossa história e a evolução do povo brasileiro. Esses objetivos foram alcançados?
Essas coisas são investimentos a longo prazo. De fato, iniciamos esse primeiro objetivo, que é aumentar a representatividade e colocar o Brasil no mapa de projetos de genomas de populações. Mas estamos apenas começando. Até o meio do ano que vem, teremos 10 mil genomas brasileiros sequenciados. O Reino Unido, por exemplo, tem 500 mil. É esse número que precisamos alcançar.
Quanto ao segundo objetivo, precisamos que essa plataforma esteja grande para começar a ter poderes estatísticos para alcançar as descobertas. E isso é outro investimento a longo prazo.
Em relação ao terceiro objetivo, começa-se a desvendar isso. Esse artigo que a gente vai publicar foca justamente nessa parte de entender como é que os genomas indígenas, europeus e africanos se misturaram para dar origem à população brasileira atual, e que marcas da história da formação da nossa população estão no nosso DNA.