Aracaju
No fim de 2022, a CNN Brasil vivia um período de incertezas. O canal havia feito um grande corte e dispensado parte de seus talentos, oriundos da Globo, entre eles Monalisa Perrone, Gloria Vanique e Sidney Rezende.
Completando cinco anos no ar, neste sábado (15), a CNN Brasil vê outro cenário. Passou a ser uma empresa que dá lucro, acalmou os ânimos internos e agora faz investimentos. "Nós estamos em nosso melhor momento", diz Virgílio Abranches, vice-presidente de jornalismo, em entrevista à coluna.
Executivo mais longevo da emissora, contratado antes mesmo de o canal entrar no ar em 2019, Abranches credita essa fase positiva a uma política iniciada na gestão de João Camargo, presidente executivo do conselho da empresa desde o fim de 2022.
"Depois da chegada de João Camargo, adotamos a política de valorizar a prata da casa. Claro, temos o William Waack e o Marcio Gomes, que são importantes para nós. Mas passamos a dar espaço para gente que ganhou projeção aqui", afirma.
"O Gustavo Uribe, a Tainá Falcão e o Iuri Pitta, por exemplo. Eles têm carreiras pregressas, mas, na CNN, eles ganharam uma projeção maior que eu acho que nos mostrou que esse é o caminho para a gente continuar avançando", avalia.
Outra mudança que a CNN Brasil fez foi focar mais nos bastidores políticos, tirando o pé do acelerador em outras áreas. "A gente já tinha isso desde o início da CNN. O que eu fiz foi fazer um ajuste para reforçar isso, para ter menos opinião, menos debate e mais informação", completa.
Se até 2023, a empresa dava prejuízo, desde o ano passado, ela passou a se pagar e dar lucro. "Não posso falar em números, mas disse ao nosso pessoal em 2024 na reunião de balanço do ano que conseguimos encontrar nosso equilíbrio financeiro. E nós estamos em um cenário bem otimista para 2025", conta.
NOVOS INVESTIMENTOS
No ano passado, por causa do bom desempenho financeiro, a CNN Brasil colocou um segundo canal no ar: o CNN Money, dedicado ao público do mercado financeiro. Abranches nega um lançamento calcado na vinda da Times Brasil/CNBC e diz que a estreia foi rápida pelo fato de a estrutura já estar pronta.
"Essa ideia já havia circulado antes, em 2021, mas sem muita clareza. Após tudo o que fizemos, voltamos com ela, mais clara, em 2024. De fato, a gente fez um lançamento muito rápido porque a nossa estrutura permitia isso, não é? Nós já temos aqui uma estrutura de transmissão instalada com jornalistas a pleno vapor, com uma redação bem estruturada, que nos permitiu fazer", afirma.
Ele também confirma que existem estudos para lançamento da CNN Esportes, um braço esportivo do canal de notícias. O bom resultado da transmissão do torneio FC Series, em janeiro, deu impulso para os planos seguirem.
"Não estou dizendo que vamos lançar um canal, nem nada disso, por agora. Nós estamos estudando bem esse projeto de esporte, inclusive com possibilidade de transmissão esportiva na mesa. É uma ideia que a gente está analisando com muito cuidado", comenta.
TEM DEMANDA?
A CNN Brasil foi lançada em 2020 em um contexto de poucos canais de notícias. Hoje, somando todas as áreas, existem oito canais de notícias. Além da CNN Brasil e a CNN Money, estão no ar GloboNews, Record News, BandNews, BM&C News, Times Brasil/CNBC e Jovem Pan.
Para Abranches, existe demanda por que os canais seguem uma linha diferente umas das outras. "Tem espaço para todos por que são canais de natureza diferentes", diz o executivo.
"A gente, a GloboNews e o BandNews têm a pegada do bastidor, da informação. A Record News tem uma característica que é da Record, de jornalismo de cotidiano forte. A Jovem Pan tem um' público que busca outras coisas, tanto que o carro-chefe deles é o Pânico, e tem muito debate", analisa. Eu acho que o público também se divide."