As tratativas, no entanto, voltaram a ficar na berlinda depois que o primeiro-ministro francês, Michel Barnier, disse na semana passada que seu país não aceitará a assinatura do acordo que está sendo negociado se o texto atual não for mudado. "Recomendo que a posição de um país como a França não seja ignorada", declarou.
Dias antes, ao falar sobre os preparativos para a cúpula do G20 em Brasília, o embaixador Mauricio Lyrio afastou a possibilidade de um consenso durante o evento do Rio, acrescentando que este não é o fórum adequado para as discussões, mas reforçou que o objetivo do governo brasileiro continua sendo buscar concluir as negociações até o fim do ano.
O documento das empresas foi entregue esta semana aos governos brasileiros e argentinos, às autoridades do Uruguai, que preside temporariamente o Mercosul, e ao parlamento europeu. Na carta, as entidades ressaltam que este é o momento para concluir e ratificar o acordo Mercosul-UE, argumentando que o tratado apoiará a resiliência da indústria e fortalecerá as cadeias de abastecimento, abrindo novos mercados para as empresas e proporcionando uma oferta estável de insumos.
"Em tempos marcados por turbulência geopolítica e inúmeras crises, as interrupções nas cadeias de abastecimento e as pressões sobre as indústrias se tornam cada vez mais frequentes. O aprofundamento de nossas relações comerciais é fundamental para assegurar a resiliência de nossas economias. O acordo UE-Mercosul nos permite avançar em nosso compromisso com um comércio livre, justo e sustentável", traz um trecho do documento.
As expectativas da indústria doméstica para a economia brasileira são grandes. De acordo com a CNI, a cada R$ 1 bilhão exportado para a UE no ano passado proporcionou a criação de 21,7 mil empregos, R$ 441,3 milhões em massa salarial e R$ 3,2 bilhões em produção. A entidade comparou o resultado ao das vendas nacionais à China, principal parceiro comercial do Brasil, que criaram 15,7 mil empregos, R$ 315,2 milhões em massa salarial e R$ 2,7 bilhões em produção por bilhão de reais exportados no mesmo período.
Leia abaixo a íntegra da carta, que foi enviada em português e em inglês: