Cirurgia em Bolsonaro para desobstrução intestinal é concluída após mais de 11 horas

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou neste domingo (13) pela sexta cirurgia abdominal desde a facada na campanha eleitoral de 2018.

Foi o procedimento mais longo e complexo dos já realizados no ex-mandatário. Começou pouco depois das 10h e, por volta de 21h20, a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro postou que foi concluído com sucesso.

O ex-presidente está internado no hospital DF Star, em Brasília, após ser transferido de Natal no sábado (12).

A cirurgia foi a sexta na região do abdome realizada por Bolsonaro desde a facada, e a mais difícil de todas devido ao acúmulo de procedimentos, segundo médicos ouvidos pela Folha.

Foi também a cirurgia mais longa. A que tinha durado mais, anteriormente, havia ocorrido em janeiro de 2019, para retirada de bolsa de colostomia. Na ocasião, estavam previstas três horas de cirurgia, mas a grande quantidade de aderências no intestino levou a equipe médica a executar um procedimento mais complexo, que se estendeu por sete horas.

Já a cirurgia deste domingo já tinha previsão de ser demorada e complexa.

Bolsonaro foi levado de helicóptero ao hospital na capital do Rio Grande do Norte na sexta-feira (11) após passar mal no interior do estado, onde estava para participar de um evento do seu partido, o PL, em favor da anistia aos manifestantes dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Por voltas das 10h20, o DF Star divulgou nota na qual afirmou que exames laboratoriais e de imagem realizados no ex-presidente evidenciaram "persistência do quadro de subobstrução intestinal, apesar das medidas iniciais adotadas".

"As equipes que o assistem optaram de comum acordo pelo tratamento cirúrgico. Ele está sendo submetido neste momento ao procedimento cirúrgico de laparotomia exploradora, para liberação de aderências intestinais e reconstrução da parede abdominal", disse o comunicado.

Aderências intestinais são uma espécie de "cola" biológica resultante do processo de cicatrização seja do trauma original, como a facada, seja de cirurgias posteriores. Ao endurecer, essa estrutura forma cordões que podem grudar ou juntar partes do corpo.

Dependendo da posição, pode juntar duas partes da alça do órgão, obstruindo a passagem do alimento.

A laparotomia exploradora consiste na abertura da parede abdominal. Identificado o ponto de obstrução, é feito o corte das aderências e desobstrução do intestino para, por fim, reconstruir-se a parede abdominal.

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Mais cedo neste domingo, em mensagem enviada a deputados e senadores aliados via WhatsApp, o ex-presidente afirmou que, a partir das 8h, seria realizada a nova cirurgia, "ainda decorrente da facada".

"Ao meu lado o Bispo JB Carvalho e bons médicos e enfermeiros. Se Deus quiser tudo ocorrerá bem", escreveu Bolsonaro.

Em uma rede social, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), citou "oração" e "força" ao ex-presidente, além de desejar pronta recuperação ao aliado.

No sábado, o ex-presidente afirmou no X (antigo Twitter) que foi "internado às pressas" com "dores intensas e uma forte distensão abdominal".

Ele também afirmou, na mesma postagem, que talvez não tenha percebido na hora a gravidade do caso: "O doutor Claudio Birolini me explicou que esse foi o quadro mais grave desde o atentado que quase me tirou a vida", escreveu. "Após minha transferência, provavelmente passarei por uma nova cirurgia", declarou.

O ex-presidente viajou de Natal a Brasília em um avião com equipamentos de UTI. Ele deixou o hospital andando e acenou a apoiadores, mas tinha um pequeno tubo preso ao nariz, e dois homens seguravam sua camisa pelas costas.

A transferência para Brasília foi uma decisão de Michelle Bolsonaro, mulher do ex-presidente. Aliados defendiam que ele fosse para São Paulo, e o próprio Bolsonaro mencionou essa possibilidade em redes sociais.

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