"Querida Doxerl", escreve Albert de Winterthur, por volta de 1901, "eu gosto de ti, minha doce garota [...] Como foi lindo a última vez em que pude apertar contra mim tua amada pessoinha, como a natureza manda; recebe meu beijo mais carinhoso, alma querida!"
Os seis anos que essa correspondência cobre são decisivos para o casal: em 1901 a jovem apaixonada engravida e dá à luz uma criança ilegítima, dois anos mais tarde ela e ex-colega se casam. O matrimônio, de que resultam três filhos, só dura formalmente até 1918, e o fim da relação não é nada romântico.
"Tu vais renunciar a todas as relações pessoais comigo", estipula Einstein numa carta de 1914. "Não deves nem esperar carícias da minha parte, nem me fazer qualquer tipo de acusações." No termo de divórcio, ele concederia a Maric o prêmio em dinheiro do Nobel. Como fiduciária dos dois filhos homens, ela teve que esperar até 1922 para pôr as mãos na quantia.
Elsa Einstein, segunda mulher de um Don Juan desgrenhado
Após estadas em Zurique e Praga, a partir de 1914 Einstein se mudou para Berlim. Nesse meio tempo, adoecera gravemente, e quem o acolhe é uma prima de segundo grau, Elsa Löwenthal (nascida Einstein). Pouco após a separação de Maric, ele vai morar com a atriz e recitante divorciada e mãe de duas filhas, que se tornaria sua segunda esposa.
O relacionamento é bastante franco, ríspido até: Elsa critica a falta de higiene pessoal dele - e lhe presenteia uma escova de cabelo. O gênio notoriamente desgrenhado responde: "Se sou repulsivo demais para ti, então procura um amigo mais agradável aos gostos femininos. Eu, porém, preservo a minha indolência." Em casos extremos, Elsa Einstein tomava a tesoura nas próprias mãos.