Casa Branca diz que pacote de tarifas de Trump terá efeito imediato; anúncio será nesta quarta

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A secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou nesta terça-feira (1º) que as tarifas a serem anunciadas nesta quarta (2) pelo presidente Donald Trump terão efeito imediato.

"Meu entendimento é que o anúncio da tarifa será feito amanhã. Elas entrarão em vigor imediatamente", disse Leavitt durante entrevista a jornalistas.

A porta-voz não deu detalhes sobre as sobretaxas planejadas pelo governo. A Casa Branca marcou o anúncio para esta quarta, às 16h de Washington (17h em Brasília).

"Eu não quero me adiantar ao presidente. Este é obviamente um dia muito importante. Ele está com sua equipe de comércio e tarifas agora, aperfeiçoando [o plano] para garantir que este seja um acordo perfeito para o povo americano e para o trabalhador americano, e todos vocês saberão em cerca de 24 horas a partir de agora," disse.

Trump afirmou que as tarifas serão recíprocas e tem chamado o 2 de abril como o "dia da libertação".

Um funcionário da Casa Branca afirmou não ser possível cravar nenhuma decisão até o anúncio. Segundo jornais americanos, Trump tinha sobre a mesa nesta manhã ao menos dois cenários. Em um, aplicaria uma tarifa universal a todos os países. Em outro, definiria taxas diferentes para cada nação.

Este integrante da Casa Branca também afirmou que, caso o Brasil entre na lista de alvos –como é a tendência–, a ideia é que as tarifas sejam lineares e aplicadas a todos os bens, como mostrou a Folha na semana passada.

Integrantes da chancelaria brasileira estão em um momento de extrema imprevisibilidade às vésperas do anúncio. A conversa que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, teria nesta segunda (31) com um integrante do governo americano acabou cancelada e não há, por ora, perspectivas de nova reunião nesta terça.

Por isso, diplomatas admitem que o governo só saberá de fato o que vai enfrentar após o anúncio nesta quarta.

Cientes do dano que a medida poderá causar, o governo Lula (PT) e a bancada ruralista se uniram pela aprovação, de forma unânime, do PL (projeto de lei) que impõe a reciprocidade de regras ambiental e comercial nas relações do Brasil com outros países. Foram 16 votos a favor e nenhum contra.

O PL (2088/2023), relatado pela senadora Tereza Cristina (PP-MS), foi aprovado de forma terminativa, pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado Federal. Isso significa que não há necessidade de ir ao plenário e que, agora, seguirá diretamente para a Câmara, para votação em regime de urgência. O projeto já foi aprovado pela CMA (Comissão de Meio Ambiente) do Senado. Um pedido foi enviado ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para que seja apreciado já nesta quarta-feira (02).

O texto substitutivo da senadora Tereza Cristina impõe medidas de reação àquilo que é visto como práticas protecionistas disfarçadas com a bandeira da sustentabilidade, além de prever medidas para reequilibrar o jogo comercial.

A motivação original era a defesa do agro brasileiro frente às restrições ambientais da Europa, mas o texto atual define como alvo qualquer país ou bloco econômico que decida adotar medidas unilaterais e ações que prejudiquem a competitividade internacional de bens e produtos brasileiros, não apenas do agronegócio.

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