"Não houve decisão de intervir no câmbio, foi uma decisão que nós tomamos olhando todas as outras variáveis e entendendo que naquele momento não tinha uma disfuncionalidade grande no câmbio em relação a outros mercados, o que tinha era uma percepção de piora de risco do Brasil."
O presidente do BC argumentou que intervenções no câmbio em momentos de piora da percepção de risco do país levam agentes de mercado a buscar outros instrumentos de proteção para seus negócios, pressionando os juros futuros.
"Se a taxa de juros longa sobe, compromete todo o financiamento, todos os projetos de infraestrutura, compromete coisas que já estão acontecendo", afirmou.
Na audiência, Campos Neto enfatizou que o diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, que é responsável pelas reservas cambiais, foi indicado pelo atual governo. Ele também argumentou que as decisões sobre intervenções cambiais são tomadas após debate entre todos os membros da diretoria.
O presidente do BC afirmou que o real teve uma depreciação mais acelerada no período recente, sendo observado, em certo momento, um descolamento do desempenho do câmbio brasileiro de outros países, indicando que o movimento da moeda foi influenciado por elementos domésticos específicos.
A moeda norte-americana operava no início da tarde desta terça-feira a 5,48 reais, em relativa estabilidade no dia, mas acumulando uma valorização de aproximadamente 13% no ano.