Brisa Flow, ou Brisa de La Cordillera, transforma a música brasileira ao misturar a potência ancestral dos cantos originários com ritmos modernos como rap, jazz e neo-soul. Artista mapurbe marrona, criada em Minas Gerais, ela traduz sua conexão com os Andes e Pachamama em música que é tanto resistência quanto celebração, combatendo o epistemicídio com cada nota e verso.
No último domingo (15/12), Brisa marcou presença no Psica, maior festival de música do Norte e um dos mais relevantes do Brasil. Agora, ela embarca no projeto Abya Yala em Trânsito, uma turnê patrocinada pela Natura Musical, que percorre Chile, México, Colômbia e Bolívia. Mais que shows, é uma jornada de conexão e fortalecimento da cena independente latino-americana. "Cantar em territórios sagrados, trocar com artistas locais e absorver outras vivências tem sido transformador", conta.
Essa experiência também está sendo registrada em um documentário inédito, pensado para unir culturas e gerar novas inspirações.
"É sobre dançar e cantar para nos sentirmos vivos", destaca Brisa com entusiasmo. "Quero motivar outros artistas indígenas a sonharem alto, a acreditarem no poder das suas histórias e criações", reforça.
Brisa começou sua carreira nas batalhas de freestyle em Belo Horizonte, onde o Hip Hop foi sua escola de história, direitos humanos e autoestima. Licenciada em Música, ela desenvolveu uma performance que mistura improvisação e rituais. Em 2022, lançou o álbum Janequeo, em homenagem à guerreira mapuche. O disco traz parcerias de peso, como Monna Brutal e Ian Wapichana, e teve videoclipes exibidos em festivais como o do Museu de Arte Pré-Colombiana em Santiago.
Com mais de 50 mil ouvintes mensais e passagens por palcos como Lollapalooza, Rock in Rio e Itaú Cultural, Brisa se firma como um dos maiores nomes da música brasileira contemporânea. Agora, sua voz ecoa pela América Latina, celebrando as culturas originárias e conectando histórias através da arte.