Essa questão é tão séria, que uma organização sem fins lucrativos, a Ivao (International Virtual Aviation Organisation, ou, Organização Internacional da Aviação Virtual), opera uma rede mundial de simulação de voos online. Fundada em 1998 na Bélgica, ela mantém uma plataforma onde os entusiastas da aviação participam de ambiente simulado do mundo real, incluindo o controle de tráfego aéreo.
A Ivao ainda oferece treinamentos que buscam ser os mais fiéis possíveis à realidade, permitindo tanto quem quer aprender, quanto quem quer se aperfeiçoar, se prepararem antes de ir para o mundo real (ou apenas ficarem na prática virtual). No mundo, a plataforma tem cerca de 250 mil usuários ativos e, no Brasil, as regras de voo seguem à risca o determinado pelo Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), órgão da Aeronáutica.
No dia 23 de novembro, um grupo de aviadores irá promover o Encontro de Aviação Virtual, buscando a troca de experiências entre profissionais, amadores e entusiastas. A iniciativa é do piloto de helicóptero Saulo Alves Utempergher.
Segundo o profissional, o objetivo é melhorar a experiência de quem usa esses programas para garantir que procedimentos reais possam ser praticados com o máximo de realidade de casa ou do trabalho antes de ir para um voo real, além de unir as pessoas que têm na aviação e na simulação um hobby.
"Antigamente era comum que um aluno de aviação chegasse para o seu 1° voo sem qualquer referência com a experiência de voar. Sem nunca ter a perspectiva visual que um piloto tem enquanto voa. Outras vezes, em aeroportos com torre de controle, sequer sabia como falar no rádio, muito menos usar a fraseologia padrão para tal. Isso tudo era ensinado ali, na hora, prestes a iniciar o voo. Hoje, isso pode ser treinado nos simuladores antes de ele ir para a escola prática, o que, no mínimo, irá otimizar o tempo de adaptação, reduzindo os custos", diz o piloto