O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou suas redes sociais nesta terça-feira (18) para criticar a falta de posicionamento da ativista sueca Greta Thunberg, do ator norte-americano Leonardo DiCaprio e do presidente francês Emmanuel Macron sobre o desmatamento na Amazônia.
Em uma publicação no X (antigo Twitter), Bolsonaro afirmou que, durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), essas figuras internacionais estão “de repente, caladas”. A declaração foi feita após a divulgação de uma reportagem do jornal inglês The Telegraph, que relatou o corte de árvores na região para a construção de uma rodovia destinada a facilitar o tráfego de autoridades durante a COP30, a conferência climática da ONU, que será realizada em Belém, no Pará, em novembro de 2025.
“Então… Lula está cortando árvores da Amazônia para construir uma estrada para a COP30 (a conferência climática), enquanto incêndios e a destruição atingiram níveis recorde – muito maior do que aconteceu durante meu governo. Mas Greta Thunberg, Leonardo DiCaprio e Emmanuel Macron, de repente, estão calados”, escreveu Bolsonaro em inglês.
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O ex-presidente também questionou se a “pegada de carbono” seria mais aceitável quando originada de um governo progressista, e se o desmatamento se tornaria mais aceitável por ser realizado por um governo de esquerda.
“A pegada de carbono cheira melhor quando é da esquerda? Ou só é uma ‘emergência global’ quando eu estou no comando? Se eu tivesse que construir esta estrada, estariam pedindo sanções e uma intervenção da OTAN”, completou.
A reportagem citada por Bolsonaro destaca o descontentamento de moradores locais com a construção da rodovia, que terá quase 13 quilômetros de extensão e cortará uma área de preservação.
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A construção da estrada foi chamada de “hipocrisia”, já que ela visa viabilizar o deslocamento de participantes da Cúpula do Clima, que busca como uma das suas principais ações a redução do desmatamento e a preservação da biodiversidade.
Bolsonaro já foi alvo de críticas dos três citados em sua postagem devido à sua política ambiental durante o mandato. O ex-presidente chegou a chamar Greta Thunberg de “pirralha”. A relação de Bolsonaro com DiCaprio também foi marcada por trocas de acusações, com o ex-presidente especulando que algumas queimadas na Amazônia teriam sido causadas por ONGs e acusando publicamente o ator. Já Macron se tornou alvo após sugerir, em 2019, a criação de um “status internacional” para a Amazônia, o que gerou críticas de Bolsonaro.